Num determinado veículo de comunicação, o candidato da situação Maurício Aude fala de mudanças pontuais na gestão da OAB, assegurando que sua chapa é de renovação. Não é. É continuísmo puro, inclusive de privilégios. Continuísmo para atender interesses pontuais.
– CONTINUÍSMO PURO. É FACIL DE VER
É candidato do Faiad, porque este, inexitoso no seu projeto de ser vice-prefeito de Cuiabá, indicou a esposa como conselheira e mais ainda o sócio Ulisses Rabaneda para Secretário Geral Adjunto. É candidato do Daniel Maia, porque este é atual Secretário Geral e se manteve como candidato ao mesmo cargo. Léo Capataz também quer se manter na Presidência da Caixa de Assistência. Chico Sgaib quer se manter como Conselheiro Federal. Cleverson é Tesoureiro e igualmente quer continuar administrando as finanças na próxima gestão. A pergunta que não quer calar é: onde poderia estar, que ninguém viu, a tal renovação?
A entidade é poderosa e muito grande e é preciso estar atento para não permitir o seu apequenamento.
Excluídos os licenciados, impedidos e inadimplentes restam mais de 6 mil almas que, em tese, estariam aptas a participar do revezamento no seu comando.
– DESAFIOS NA ÓTICA DO CANDIDATO DA SITUAÇÃO
Segundo o que se extrai da entrevista, os desafios para o candidato da situação são a cobrança efetiva da valorização dos advogados e quanto à função efetiva de cobrança da Ordem ao Poder Judiciário. Ficou meio truncado, mas é assim que tá lá. De concreto, nada. Sempre o mesmo discurso, a mesma conversa, tergiversando para mascarar o interesse de perpetuação no poder de um pequeno grupo que quer garantir interesses de toda ordem, inclusive, os de vaidade pessoal.
– A OAB E OS INTERESSES DOS ADVOGADOS NO SEU DIA-A-DIA
Aqui me é forçoso lembrar uma pergunta que também não quer calar. Advogados, ricos e remediados, da Capital e do interior, indistintamente, indagam a respeito do que a entidade lhes favorece. O que a OAB lhes dá, além de um indefectível carnê de anuidade?
Nem todos sabem, mas, de acordo com informações do site oficial da OAB/MT, só no primeiro semestre deste ano, a receita ultrapassou o montante de R$ 10 milhões de reais. Certamente que não é grande só por ser rica e ter uma sede potentosa.
– A OAB teve um papel muito importante na luta da redemocratização e hoje é sempre lembrada nas demandas diárias da cidadania.
Não sei se nesta seara tem tido papel à altura de sua importância, pois parece que vínculos de seus dirigentes com detentores do poder têm impedido uma ação mais eficaz, seja no combate à corrupção e a desvios de função de órgãos administrativos e judiciários, e até mesmo do Ministério Público que, sem desmerecer o bom combate de seus membros nas esferas de piso, no seu comando a atuação às vezes tem deixado a desejar.
Fora dessa discussão sobre a importância da OAB no contexto da sociedade como um todo, deve-se, no momento, focar naquilo que realmente interessa, ou seja, a OAB e o seu papel para o advogado e a sua luta diária. Inclusive, reconhecendo que o serviço do advogado (múnus público) deve ser considerado como de natureza essencial (ao lado da saúde e da educação) e assim deve ser visto e reconhecido. Se este serviço não é célere e não atende nem o cliente (o jurisdicionado), nem o advogado (o profissional prestador do serviço que se busca), algo precisa ser feito e aí é que começa a importância da OAB para o advogado, sob pena de só servir a interesses de politicagem e outros nada recomendáveis.
Vamos ao debate das questões do interesse do dia-a-dia do advogado. Se quem tá lá não está atendendo a contento, não devemos nos prender a medos e compromissos outros, nada mais natural do que alternar, mudar, experimentar o novo. Vamos de Chapa 02.
*Lauro da Mata é advogado militante em Mato Grosso