Novas forças políticas se apresentarão e serão testadas nessas eleições! O cenário econômico ruim, a volta da famigerada inflação e a ameaça de protestos populares durante a Copa do Mundo já fazem com que o Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados afinem o discurso de que a eleição presidencial somente será definida no segundo turno.
Depois do resultado do processo do mensalão e o endurecimento das regras de candidatura com a Lei da Ficha Limpa, o padrão exigido pelo cidadão deve ser elevado. O cidadão eleitor certamente cobrará o "padrão Fifa" de seus candidatos. E os políticos profissionais terão de se explicar!
Mas a questão é: por que a representação de trabalhadores é tão baixa, se somos a maioria? Segundo o IBGE, o Brasil tem 92,5 milhões de trabalhadores. Nas últimas eleições para o Congresso Nacional, os empresários elegeram 250 deputados e 23 senadores. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – DIAP é a maior bancada patronal que já ocupou o Legislativo Federal.
Infelizmente, a lei eleitoral é usada como instrumento de dominação na medida em que permite que empresas comerciais, geralmente empreiteiras, sejam financiadoras de campanhas e proíbe que entidades sindicais, que são representantes dos trabalhadores, façam doações dessa natureza.
Ora, se os cidadãos querem seus representantes legítimos, elejam trabalhadores! O movimento sindical deve renascer. Os sindicatos, federações e confederações devem influenciar os trabalhadores a eleger candidatos comprometidos com a classe trabalhadora. Para isso, é muito importante que os trabalhadores participem efetivamente do processo eleitoral. A nós, trabalhadores, só resta o poder do voto. Afinal, somos a maioria do povo brasileiro.
Ricardo Bertolini é presidente do SINDIFISCO – Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais de Mato Grosso