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Educação x ovos mexidos

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Toda a problemática da educação pública tem se manifestado nos últimos dias, após o artigo intitulado “Greve na Educação”.
Aquele antigo “brio” da profissão de professor, há tanto adormecido, resolveu ressurgir.
Que bom!
É bom se orgulhar de ter feito a escolha certa. E essa escolha é muito mais que ser professor, é ser educador…

Há problemas, e como há, nas escolas públicas… Inclusive trabalho em uma que tivemos que organizar um abaixo assinado, uma moção de repúdio, porque até o momento (final de maio) não recebeu o recurso destinado à manutenção da escola… Sem dinheiro para pagar o gás para a alimentação escolar, o telefone e internet para pesquisa, material de expediente e de limpeza e higiene, sem contar o material básico para se trabalhar em sala de aula… É assim que estamos desde o início do ano.
É grave, muito grave, dizer que essa greve foi leviana. Pois na realidade não temos as condições mínimas de trabalho.

Se cidadania se aprende na escola, a escola deve ser o primeiro espaço de concretização dos direitos do cidadão. Onde a vivência desses direitos: do homem, da terra, do idoso, da criança e do adolescente seja respeitada.
É necessário fazer greve para garantir esses direitos?
Sim, é. A greve é um direito do trabalhador.
Cabe a nós, educadores, não só a missão de ensinar, mas também uma muito mais importe que é de formar.
E esse formar implica ser exemplo.
E esse ser exemplo implica “se expor” à opinião pública.

E isso, se não todos, mas a grande maioria está fazendo, todos os dias, aula após aula, mesmo sem pincel ou giz, mesmo sem o salário merecido.
Pois se fosse o contrário, não haveriam respostas a nenhum artigo. O professor continuaria com o seu “brio” adormecido. Pois pouco importaria a opinião dos outros, se o seu salário fosse depositado, no final do mês, na sua conta.
É muito bom o mexer dos ovos, principalmente quando se trata de educação, porque é mexendo os ovos que se aprende a ouvir, a respeitar e até discordar.
Democracia é assim mesmo. Raramente é tranqüila. Muitas vezes é conflituosa. Mas sempre almeja o crescimento e o aprendizado. E esse é o desejo de todo educador.

Rose Márcia da Silva é formada em Letras e é secretária na Escola São Vicente de Paula

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