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Educação de qualidade

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O Brasil, `a semelhança de tantos outros países emergentes ou em processo de desenvolvimento, tem enfrentado, continua enfrentando e, com certeza, vai enfrentar diversos desafios, alguns mais simples e outros extremamente graves rumo a uma sociedade economicamente desenvolvida, ambientalmente sustentável , socialmente justa e políticamente responsável.

Os desafios mais importantes e difíceis de serem resolvidos estão nas áreas da educação, saúde, segurança púbica, previdência social, meio ambiente e infraestura, além, é claro, das questões políticas, organização e funcionamento do Estado ou da chamada máquina pública. Portanto, podemos perceber que tais desafios exigem planejamento de médio e longo prazos, recursos humanos qualificados e uma classe dirigente comprometida com a ética e a eficiência governamental. É fundamental também que em todo este esforço e caminhada haja participação popular e transparência; afinal, quem paga a conta de tudo isto é a população através de uma pesada carga tributária e tem todo o direito de esperar e exigir de seus governantes seriedade e respeito em relação `a coisa pública.

Há poucos dias a pauta dos meios de comunicação, que durante meses foi ocupada apenas pelo julgamento dos envolvidos com o mensalão e a prisão de vários dos condenados, alguns outrora figuras importantes no cenário politico, partidário, governamental e empresarial, um verdadeiro circo nacional, acabou dando também certa ênfase aos resultados da avaliação de estudantes com 15 anos, realizada pela OECD/OCDE denominada de PISA em ingês, onde o Brasil continua atingindo resultados ridículos.

Este desempenho vergonhoso vem de há muito tempo, incluindo os últimos 11 anos de governo do PT no plano nacional. Em 2006, por exemplo, os resultados do PISA que naquele anocuja ênfase estava voltada para as ciências, o Brasil ocupava a 52a. posição entre 57 países participantes e em 2012 nossa posição geral foi de 58a. entre 65 países.

Praticamente nos mesmos dias da divulgação dos dados do PISA, o IBGE divulgou uma publicação que é um repertório muito rico em dados sócio-econômicos, denominada "Síntese dos Indicadores Sociais, 2012", onde estudiosos, gestores públicos e governantes deveriam analisar em profundidade para identificar a nossa realidade conjuntural.

Alguns dados chamam a atenção e podem explicar em parte o desempenho dos estudantes brasileiros quando em testes internacionais e reflete a baixa qualidade de nossa educação. De acordo com esta síntese dos indicadores sociais existiam 9,6 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos (19,6% do total da população nesta faixa etária) que não estavam nem estudando e nem trabalhando. No Nordeste são 35,2%, nesta triste situação e na faixa de 18 a 24 anos este percentual chega a 23,4%.a nível de Brasil.

Quando o foco da análise é direcionado para a questão de gênero, a situação beira as raias do absurdo pois das adolescents entre 15 e 17 anos nada menos do que 59,6% nem trabalham e nem estudam e na faixa de 25 a 29 este contingente chega a 76,9%. A maior razão para esta situação é a existência de filhos: 30% das adolescentes entre 15 e 17 anos já são mães e 51,6% entre 18 e 24 anos também informaram terem um ou mais filhos. Esta seria a razão maior para terem abandonado a escola e por não estarem trabalhando. Como cuidam e orientam seus filhos só Deus sabe.

Isto é muito grave e demonstra que apesar das políticas compensatórias do governo e tantas outras migalhas que são distribuidas ao povo, na busca de manipular a vontade popular e garantir a permanência dos mesmos partidos e grupos no poder, uma grande parcela da população brasileira, exatamente em uma faixa etária que exige independência pessoal, através do trabalho e do estudo, continua completamente marginalizada e excluída. Deste contingente 32,4% ou seja 3,110 milhões de jovens sequer concluiram o ensino fundamental e com certeza não possuem nenhuma qualificação para um mercado de trabalho que se moderniza e se torna mais complexo a cada dia. Diante disso é fácil entender por que 40% dos adolescents e jovens entre 15 e 29 anos que trabalham ganham menos do que um salário mínimo de R$622,00 em 2012 e fazem parte da clientela do bolsa família e outras formas assistencialistas do governo.

Voltarei a este tema oportunamente.

Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia.
[email protected]

 

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