domingo, 5/maio/2024
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Dilma acuada

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No  Pantanal, um dos  animais muito  temidos é a onça  que, para  saciar seu  apetite não titubeia em atacar e dilacerar suas presas.  Todavia, quando acuada por cães treinados em sua caça,  acaba fugindo e nesta fuga sobe  em árvores  enquanto a matilha fica  em volta  da árvore, até que os caçadores chegam e abatem a onça.

Também  na política podemos observar comportamento similar,  onde alguns políticos mesmo aparentando determinação, intransigência,  personalidade forte  e  caráter rígido ou o que pode  ser popularmente  definido como “casca grossa”, mais dia menos dia  acabam  também  acuados e podem ser vítimas  de sua própria arrogância.

Na  história política brasileira temos  alguns  casos  que  bem ilustram esta realiade. Primeiro foi Getúlio Vargas, o ditador autoritário do Estado Novo, quando escolhido democraticamente  em eleições, acabou envolto em meio a escândalos de corrupção, que nem de longe  podem ser comparados ao MENSALÃO ou PETROLÃO, sendo acuado pela oposição, pela mídia, e pelos militares, acabou se suicidando.
Outro Presidente que em poucos meses do início de seu mandato popular foi acuado e acabou renunciando foi Janio Quadros o homem da vassoura que deveria  varrer a corrupção que já  então dominava a política  brasileira; isto há mais  de 60 anos.  A  mesma  sorte  teve  seu vice, João Goulart, que quase foi impedido de tomar  posse  e durante quase três  anos  passou  por um sufoco tremendo com greves, manifestações populares, acusações de corrupção  e conspirações  miliatares  e  acbou sendo deposto por uma intervenção  militar, que durou 21 anos.

Mais recente, já no período chamado de democrático, outro Presidente  com  características messiânicas e personallidade autoritária, que  também  foi acuado por manifestações populares e  pressão  do Congresso, da mídia  e acabou sendo apeado do poder foi Collor de Mello. Todos  esses casos,  tem alguns aspectos  em comum.  Com excessãao de João Goulat, considerado  um comtemporizador,  que não conseguia  impor-se  nem  como comandante –em chefe das Forças Armadas  e nem  como líder politico,  todos enfrentaram  crises econômicas, descontrole das contas públicas, muita corrupção e eram  cercados por pessoas oportunistas e que  não  tinham  respeito em relação `a coisa pública e contribuiam para  o aparelhamento do Estado.

Este  cenário parece estar se repetindo com a Presidente Dilma, recentemente  reeleita para um segundo mandato. Em pouco mais de um mes sua avaliaçãp  por parte  da opinião pública é a pior que um presidente já teve em  início de mandato, pior do que todos os seus antecessores, conforme  dados do Data Folha do último final de semana. Apenas 23% da população avaliam seu governo como bom e ótimo e 44% como ruim e péssimo.

Dilma  aos poucos  está perdendo a legitimidade conquistada  nas últimas eleições,  em boa  parte  devido ao fato de,  conforme  a pesquisa  mencionada, ter mentido em sua campanha.  Ao  tomar posse  e iniciar  um segundo mandato  está  fazendo exatamente o oposto  do que pregagava. Faz exatamente o que  imputava aos seus adversários, caso os mesmos fossem  os vencedores. Este é  de seus maiores pecados, dizer uma coisa  e fazer outra. O povo não suporta governante que mente, isto é  imperdovel em política.
Dilma  está  sendo acuada por uma inflação que está  acelerada; as  taxas de juros são  as maiores em mais de 12  anos;  o deficit  na balança  comercial nos dois últimos  anos foi  de 21,5 US Bilhões  de reais; a dívida pública  federal no final de 2015 deverá  chegar a 2,6  trilhões  de dólares,  um  crescimento descomunal comparada  com o valor da mesma  quando Lula  assumiu o poder era de 686 bilhões e  nesses  doze  anos de Governo do PT  foram  gastos mais de 1,9  trilhões  com juros,  encargos e rolagem da dívida,  além da mesma consumir entre  45%  e 49% do Orçamento Geraal  da União  todos os anos.

O pacote de maldade  de Dilma, neste  início de novo  governo, que de novo tem  apenas o slogam “Brasil: Pátria Educadora”, inclui  ainda  a previsão de crescimento zero do PIB ou mesmo  recessão,  aumento de juros,  aumento das tarifas públicas, aumento dos  combustíveis,  da energia, dos  traqnsportes,  aumento da cara tributária, uma  tremenda desvalorização  cambial que  terá impacto profundo nas importações e na dívida  externa e outras  maldades mais.

Para complicar mais, Dilma ainda está sendo acuado pela corrupção na PETROBRÁS, que não para de sangrar,  denúncia de envolvimento do PT com caixa dois e dinheiro sujo da corrupçãp  para  financiar suas duas campanhas,  perda  da  eleição para Presidência da Camara  Federal,  aumento do poder de fogo da oposição tanto na Câmara  quanto no Senado,  ação  destemida  do poder judiciário e da mída  em trazer a público as falcatruas ligadas  ao Governo Federal e, finalmente, o início  da mobilização  das massas  contra  este  estado de coisas, onde a figura  do impeachment  começa a  ganhar corpo, ante a perspectiva  de  perda do poder de compra dos salários e o aumento assustador  da inadimplência, onde mais de 54,6 milhões  de  pessoas, boa parte  da incipiente “nova classe  média”  tão  aclamada pelo Governo e pelos PETISTAS  e seus aliados, não conseguem  pagar suas  contas  e aumentam  o percentual dos desiludidos com o Governo.

Resta saber  até quando Dilma vai continuar acuada e conseguirá  “administrar”  esta crise de falta  de legitimidade. Será  que  estamos novamente diante de uma  situação de crise política, econômica e social, cujo desenlace  pode  ser o fim de um governo que apenas  está  recomeçando? Só nos  resta  observar e aguardar o desenlace!

Juacy da Silva, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia
[email protected]
www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy
 

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