Neste Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, não posso deixar de fazer uma reflexão profunda e pessoal. Para mim, essa data carrega um peso simbólico imenso, mas também uma urgência concreta. Falar sobre racismo não é apenas uma questão de pauta social — é falar da minha história, da minha família, da minha verdade.
Sou filha adotiva de pais negros e cresci em uma casa onde a luta contra o preconceito era vivida no cotidiano. Minha mãe, uma mulher negra forte e resiliente, enfrentava o racismo todos os dias. Eu sentia, desde muito cedo, o impacto desse olhar discriminatório que ainda persiste em nossa sociedade. Senti na pele o que ela sentia, e isso moldou profundamente quem eu sou.
Sei o que é viver o racismo de perto. Essa vivência não me trouxe amargura, mas sim um compromisso: o de atuar com responsabilidade e sensibilidade para promover mudanças reais. Por isso, enquanto primeira-dama de Mato Grosso, tenho feito questão de colocar a pauta da equidade racial no centro das ações sociais que desenvolvemos.
Combater a discriminação racial exige mais do que palavras — exige políticas públicas firmes, espaços de escuta e principalmente empatia. É preciso quebrar o preconceito que ainda habita corações e estruturas. Somos todos iguais. Ninguém deve ser julgado pela cor da sua pele, pela sua origem ou pela sua condição social.
Enquanto celebramos a diversidade e a resiliência da comunidade negra, é crucial refletir sobre o caminho que ainda precisamos percorrer para alcançar uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Não é uma tarefa simples, mas é uma missão coletiva. Que este dia não seja apenas um marco simbólico, mas um ponto de partida para ações concretas, que promovam inclusão e respeito mútuo.
Vamos trabalhar juntos para construir um futuro onde a diversidade seja celebrada, e a igualdade, uma realidade vivida por todos. Tenho orgulho da minha origem, e é essa raiz que me dá forças para seguir lutando por um Mato Grosso mais justo, mais humano e mais inclusivo.
Que a nossa voz nunca se cale diante da injustiça. Que a nossa ação diária continue a plantar as sementes de uma sociedade onde ninguém precise sentir na pele aquilo que tantos já sofreram em silêncio.
Hoje e sempre: racismo não se discute, se combate.