Não é preciso freqüentar os círculos do poder em Sinop para perceber que os ânimos estão exaltados desde a prisão do prefeito Nilson Leitão. De um lado os que defendem o gestor seja por amizade ou comprometimento partidário; do outro, adversários históricos, desafetos, aproveitadores e maria-vai-com-as-outras.
O que em principio era caracterizado pelo direito de protestar, mostra-se hoje uma baderna generalizada insuflada por derrotados – ao menos na tentativa de ocupar assento junto ao poder alvo de desconstrução moral.
Não tenho aqui a intenção de me alinhar a este ou aquele. Quero tão somente deixar minha tristeza pela forma unilateral com que questões essenciais ao ordenamento político e administrativo são tratadas em nossa cidade.
Vê-se às segundas-feiras um plenário lotado. A turba capitaneada por uns poucos agitadores, impede o transcorrer da sessão outrora pacifica e porque não dizer, enfadonha. Dias depois, no mesmo plenário é colocada em discussão a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício financeiro 2008. A lei define como obrigatória a realização de audiências públicas para que todos tenham conhecimento das metas fiscais, previsão de arrecadação e destino dos impostos.
O que se vê?
Um plenário quase deserto e nem sinal daqueles que dias antes atacavam com tanta severidade o prefeito e seus comandados. Em que pese o horário da reunião, é evidente o total desinteresse pela cumplicidade nos destinos de Sinop.
Criticar e cobrar são direitos; participar é um dever do qual ninguém pode se furtar, sobretudo quando asseguram amor incondicional através dos dizeres: “Sinop…Verás que um filho teu não foge à luta”.
Clayton Cruz é jornalista em Sinop e apresentador na Meridional FM