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Desarmar os corações

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor. [email protected]
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“Afaste-se do mal e faça o Bem; busque a Paz e siga-a.” 

(I Pedro Apóstolo, 3:11)

Infelizmente, a trajetória do planeta tem sido a do constante derramamento de sangue. Vivemos sempre na iminência de novos conflitos bélicos, com proporções cada vez mais assustadoras. É o que temos visto por toda a parte, mormente agora com as deflagrações no Velho Continente. Muitos já afirmaram: “na guerra, não há vencedores”. Daí ser imperioso falarmos da importância da Paz. Afinal, o caminho da LBV é justamente a Paz.

Relendo o meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014), achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar à reflexão de vocês, que me honram com a leitura:

Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia nasce no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo Conhecimento Espiritual, pela Generosidade e pela Justiça. Consoante costumo afirmar e, outras vezes, comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai-Mãe Celeste tem a oferecer — visto, de lado a lado, com equilíbrio e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica — em nada se assemelha às frustradas tratativas e acordos ineficientes ao longo da nossa História. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças (1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas: “(…) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo”. (O destaque é meu.)

Ora, vivenciar a Paz desarmada, a partir também da fraterna reeducação moral e espiritual de todas as nações, é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme enfatizei à compacta massa de jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 e publiquei na Folha de S.Paulo, de 30 de novembro de 1986. Até porque, como pude dizer àquela altura, o perigo real não está unicamente nos armamentos, mas também nos cérebros que criam as armas; e que engendram condições, locais e mundiais, para que sejam usadas, que pressionam os gatilhos e os dedos os quais apertam os botões.

Armas sozinhas nada fazem nem surgem por “geração espontânea”. No entanto, são perigosas mesmo que armazenadas em paióis. Podem explodir e enferrujam, poluindo o ambiente. Elas são efeito da causa ser humano quando afastado de Deus, a Causa Causarum (Causa das causas), que é Amor (Primeira Epístola de João, 4:16). Nós é que, se distantes do Bem, somos as verdadeiras bombas atômicas, as armas bacteriológicas, químicas, os canhões, os fuzis, enquanto descumpridores ou descumpridoras das ordens de Fraternidade, de Solidariedade, de Generosidade e de Justiça do Cristo, que é o Senhor Todo-Poderoso deste orbe.

No dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para disparar artefatos mortíferos, mentais e físicos, estes perderão todo o seu terrível significado, toda a sua má razão de “existir”. E não mais serão construídos.

É necessário desativar os explosivos, cessar os rancores, que insistem em habitar os corações humanos.

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