Rondon está acima dos conceitos emitidos sobre ele. Nada que se escreva sobre sua trajetória macula ou acresce ao seu histórico biográfico. Mesmo assim, não se pode deixar em branco a data que celebra seu nascimento: 05 de maio de 1865, na vila de Mimoso, ao lado da Baía de Chacororé, Alto Pantanal, à época Cuiabá e agora município de Santo Antônio de Leverger.
A Semana de Rondon é apenas uma referência a um dos maiores brasileiros dos séculos XIX e XX, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Patrono das Comunicações, da Comunicação do Exército e de Rondonópolis. Figura lendária em cujas veias corria sangue de etnias indígenas e de descendentes de portugueses.
Maior herói mato-grossense, principal artífice da manutenção da unidade territorial brasileira na área consolidada pelos portugueses e um dos símbolos da disciplina e da hierarquia no Exército, Rondon deve ser tema obrigatório na grade curricular das escolas que preparam jovens para o amanhã. Nosso herói tem que virar tema de palestras e vídeos para a juventude, que está distante dos vultos nacionais e sendo vítima da massificação pela adoração a deploráveis políticos que surrupiaram o Brasil e sua gente.
Levar a figura de Rondon aos jovens é uma sugestão para o âmbito nacional, mas paralelamente a isso é preciso motivar a juventude a conhecer nossos vultos regionais, para que o Brasil de amanhã saiba a diferença entre os verdadeiros brasileiros e a figurinhas que fazem do poder o palco para suas falcatruas. Basta o simples comparativo entre a demarcação de nossas fronteiras e o escândalo na Petrobras na era Lula para que o jovem saiba quem foi o marechal Rondon e quem é o ex-presidente Lula. No Araguaia de Norberto Schwantes, Irma Vita e Valdon Varjão; no Nortão de Irmã Maria Adelis, Zé Paraná, Ênio Pipino e Ariosto da Riva; e por todas as regiões há nomes que podem motivar as novas gerações e afastá-las do país ao avesso que há algum tempo é costurado por mãos brasileiras sob inspiração internacional.
Que o magnetismo de Rondon ocupe espaço na mente do jovem e que assim ele entenda que a crise moral do momento é algo passageiro, tão passageiro quanto seus protagonistas. Precisamos construir o verdadeiro Brasil, aquele onde não seja preciso combater Lula com Bolsonaro, mas um país de povo forte, independente e orgulhoso de seu passado e antepassados. Em nome dessa proposta ocupemos espaço na imprensa, nas mídias sociais, em nossos relacionamentos. Evitemos que nossos filhos e netos e os demais jovens façam parte das gerações insonsas que brotam no vazio de nossa indiferença. A tarefa não será fácil, pois muitos conspiram contra ela. Tenhamos em conta que para os nossos verdadeiros heróis – Rondon por referência – foi ainda mais difícil, mas que eles venceram. Juntos, mudemos conceitos.
Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
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