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Contratar alguém para te ajudar a sair das dívidas ?

Viviane Carla Teles é graduada em Matemática, bancária e planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros
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Sempre que sai uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo sobre pessoas endividadas em Cuiabá os números ficam próximos a 60%. Os débitos mais comuns são com cheque especial, cartão de crédito, carnês de prestações e com empréstimos para compra de imóvel ou de veículo. O pior é que 30% dos entrevistados que se declaram endividados também afirmam que não têm condições de sair do buraco. Eu acrescentaria que elas não possuem condições de sair sozinhas diante do cenário de desorganização, mas com acompanhamento de um profissional capacitado para fazer um planejamento financeiro personalizado e confiável, é possível.

No Brasil, quando se fala em planejamento financeiro, o tema soa como algo inalcançável, dispendioso, até constrangedor ou que apenas as empresas podem tê-lo. Em países mais desenvolvidos, ter um planejador financeiro é algo corriqueiro e que costuma dar muito resultado. Por lá, existe até formação acadêmica e a profissão é regulamentada.

O planejador financeiro é a pessoa contratada e remunerada para fazer um levantamento da situação econômica de um indivíduo ou de uma família, elencar suas prioridades, apresentar um plano de contenção de despesas, possibilidades de aumento de renda e chegar a uma equação justa que em determinado tempo, se executada conforme o planejado, repõe a saúde financeira.

Mas e aí, como ter confiança em alguém para me expor e abrir todas as minhas finanças, minhas dívidas e até as minhas fraquezas em não conseguir sair sozinho desta situação?

Por aqui ainda não temos a regulamentação da profissão, mas caminhamos a passos largos. Isso é atestado pela Certificação CFP® (Certified Financial Planner), que não é obrigatória, mas serve como um selo de qualidade. A certificação é conferida pela Planejar, a única entidade brasileira afiliada ao FPSB (Financial Planning Standards Board) e autorizada a conceder a Certificação CFP® para profissionais que atendam aos padrões mundiais nos mesmos moldes técnicos e éticos que norteiam os profissionais certificados nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália ou na África do Sul, por exemplo.

Para ter uma ideia do que a certificação representa, em 31 provas realizadas no Brasil há mais de 15 anos, apenas 4,330 profissionais foram habilitados. Destes, 77% atuam no eixo Rio-São Paulo e apenas 29 pessoas são certificadas em Mato Grosso, quase todas trabalhando em instituições bancárias ou financeiras.

Ainda temos poucos profissionais CFP® no Brasil, se comparado com os mais de 181 mil certificados no mundo, com ampla vantagem para os Estados Unidos (83 mil), Japão (21 mil) e China (20 mil). Embora busque crescimento no país, a Planejar é rigorosa nas provas, que avaliam planejamento financeiro, gestão de ativos e investimentos, planejamento de aposentadoria, gestão de riscos e seguros, planejamento fiscal e sucessório. Entre os associados, é orgulho dizer que a média de aprovação é inferior a 18% ao ano, mesmo que o número de interessados tenha crescido, ficando perto de 3 mil para os exames.

Para obter a certificação não basta passar nas provas, o que, por si só, já é um tremendo desafio. É exigido, do candidato aprovado no exame, curso superior reconhecido pelo MEC, além da adesão ao Código de Normas Éticas e comprovação de experiência profissional de, no mínimo, três anos. Depois de adquirida a certificação o profissional CFP® precisa estar atualizado sobre o mercado financeiro e cumprir créditos de educação continuada, como palestras, MBA, cursos presenciais e à distância, publicação de livros e artigos.

Resumindo: se você está com dificuldades e entende que precisa de ajuda, busque alguém capacitado que vai se debruçar sobre a sua situação financeira atual e ver onde você quer chegar, que vai montar um plano baseado em técnicas eficazes para que você saia das estatísticas de devedores e entre para a dos poupadores, se essa for sua meta. Ressaltando que plano sem ação não resolve. Por isso, é preciso em alguns casos mudanças de hábitos de consumo para alcançar os objetivos propostos.

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