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Coligações perigosas

Wilson Carlos Fuáh
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No período pré-convenções, os candidatos ao cargo máximo do estado, ao buscar parcerias para trazer votos por região ou para aumentar o tempo no horário eleitoral, fazem qualquer acordo, sem querer saber como quem está unindo ou quem vai subir no seu palanque, e logo depois das eleições vem o grande arrependimento.

Pois com a posse, vêm os pedidos, e no período inicial da administração, esses pedidos viram exigências, e logo os candidatos que faziam parte da coligação, jogam na cara do governador: “quem ajudou eleger, também quer ajudar a governar”.

Mas, qual seria o melhor momento para facultar pedidos daqueles que ajudaram a eleger?
E qual seria o limite da ajuda sem comprometer a administração e desrespeitar a lei?
     
O governo tem 04 anos, e com certeza serão 04 anos de pedidos e mais pedidos, às vezes republicanos e às vezes até comprometedores, e ao não satisfazer os pedidos, logo àqueles amigos de ontem viram os inimigos ferozes de hoje.
          
Na vida como na política, as pessoas só dão valor aos relacionamentos,  quando tem a oportunidade de duvidar se irão ou não conseguir o que desejam.
          
A inteligência de uma administração, diz que os pedidos devem ser  retardados ao máximo e talvez nunca serem atendidos, mas a palavra de negação, deve ser soberana  a tudo aquilo que não é republicano, pois no jogo político, a vontade para conseguir algo, passa por riscos, e a demora faz com que o desejo aumente com o passar do tempo, e mesmo quando o pedido vem pela metade, pelo tempo que se demorou para realização da conquista,  o sentimento de ter conseguido é muito melhor, e satisfatório.
                
Historicamente a candidatura que estava em primeiro lugar disparado nas pesquisas eleitorais, antes das convenções, ao unir-se com inimigos históricos, fez com aquele que já estava comprando o terno da posse, nos dois últimos meses antes da eleição, despencou e perdeu feio, e esse mesmo político ainda não aprendeu com o ensinamento da derrota.
Eu tinha um amigo político que dizia assim:
1 – “Óleo não mistura com água”;
2 – “Se algum dia você me encontrar de abraços com pessoas daquele grupo, aparte que é briga”.
        
Mas, os partidos não aprendem escolher os parceiros, e por isso, pode perder a eleição e se ganhar terá durante seu governo, infestado de pedidos não republicanos que pode ser lesivo aos cofres públicos e levar próprio gestor governamental para a cadeia.
       
Neste momento de pré-convenção, todo cuidado é pouco ao escolher quem fará parte da coligação, é melhor perder alguns minutos no horário eleitoral, ou até perder a eleição, porque pelo contrário, poderá ficar por 04 anos vivendo sobre pressão e chantagem de grupos sem limites para pedir e também correr o risco de transformar o seu governo num antro de corrupção.                    
       
Na política quando tudo é muito fácil, faz com que o gestor, tenha a aparência de pessoa muito fraca, insegura, e quando surge às primeiras dificuldades, fica sem condições para superar, e é nesses momentos que ocorrem as grandes tragédias administrativas, fazendo com que o gestor fique submisso a vontade de grupos e das chantagens, porque os pedidos não têm limites; veem mal cheirosos e porque para esse tipo de gente, a desonestidade faz parte das linhas das ações, e por isso, durante a convenção prevalece o ditado: “diga com quem tu andas e eu direi quem tu és”

Wilson Carlos Fuáh – Especialista em   Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas em Mato Grosso
[email protected]          
 

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