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Bituca, 80 anos

Luiz Henrique Lima é professor e Auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT.
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Há poucos dias tive o privilégio de assistir ao show da turnê de despedida dos palcos de Milton Nascimento, intitulado A última sessão de música.
Maravilhoso.

Como é bom celebrar a vida e a obra de um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos (daqueles de quem fui contemporâneo, para mim, sem dúvida, o maior).

Quanta emoção no palco e na plateia! Fui às lágrimas mais de uma vez. Em outras, dancei e cantei.
Milton Nascimento, o Bituca, é único.

Sua história de lutas e vitórias, seu sorriso cativante e generoso, sua presença que combina simplicidade, humildade e dignidade.
Sua música é um canto de amor e esperança. Suas canções são verdadeiros hinos de amor ao Brasil, ao seu povo, à sua natureza. Seus versos falam pelo sentimento de milhões de nós, brasileiros. Trago aqui alguns, que julgo brilhantes, tocantes e inesquecíveis.

Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta. (,,,) Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre / Quem traz no corpo a marca Maria, Maria mistura a dor e a alegria.

Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração. Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão.
Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia, beber o vinho e renascer na luz de todo dia.
Mas renova-se a esperança / Nova aurora a cada dia / E há que se cuidar do broto / Pra que a vida nos dê flor / Flor e fruto.
Nada a temer, senão o correr da luta / Nada a fazer, senão esquecer o medo.
Falo assim sem saudade, falo assim por saber / Se muito vale o já feito, mais vale o que será / Mais vale o que será /E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir / Falo assim sem tristeza, falo por acreditar que é cobrando o que fomos que nós iremos crescer.

Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração. Assim falava a canção.
A hora do encontro é também despedida. Longe se vai sonhando demais…

Eu já estou com o pé nessa estrada / Qualquer dia a gente se vê / Sei que nada será como antes, amanhã.
Aqui vive um povo que merece mais respeito / Sabe, belo é o povo como é belo todo amor / Aqui vive um povo que é mar e que é rio / E seu destino é um dia se juntar (…) A novidade é que o Brasil não é só litoral / É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul / Tem gente boa espalhada por esse Brasil / Que vai fazer desse lugar um bom país.

Todo artista tem de ir aonde o povo está!

Ao final do espetáculo, Milton saudou os presentes com um brado de alerta e esperança: Viva a democracia!
Assim também concluo esse artigo. Viva a democracia!

Saúde e vida longa, Bituca! Muito obrigado por toda a beleza de sua arte!

Luiz Henrique Lima é professor e Auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT.

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