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Alerta a prefeitos e ao governo

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O cenário para a agricultura no Estado para o ano que vem não é muito bom. Assunto que deveria preocupar o novo governador e os prefeitos.

Seria interessante a equipe de transição do Pedro Taques buscar mais dados e aprofundar a análise sobre esse assunto. Talvez seja necessário refazer cálculos.

Vai circular menos dinheiro na economia estadual e, por consequência, afetar um pouco as finanças do estado.

Fala-se que a crise no setor agrícola pode ser do tamanho daquela de 2004-2005.

Em Mato Grosso o baque é mais sentido porque o agronegócio representa 50% do PIB, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.

E representa ainda 54% dos impostos recolhidos pelo estado de forma direta e também das firmas que vendem ou prestam serviço ao setor agrícola.

Motivos dessa retração do setor agrícola no Brasil e em Mato Grosso? Há uma produção maior de soja e milho nos EUA, 6.5% a mais este ano. Ou 472 milhões de toneladas dos dois produtos, sendo 106 milhões de toneladas de soja e 366 milhões de milho.

E, para complicar o quadro, Brasil e Argentina tiveram também alta na produção desses bens na safra 2014.

Bolsa de Chicago, lugar que dá o rumo do preço mundial, esses produtos já são cotados em 30% menos. Uma fonte diz que em Mato Grosso a queda no preço da soja pode ser algo como 15 reais por saca.

Mostram também que em 2014-15 a venda da soja pode ter a menor rentabilidade das últimas cinco safras. Exemplo disso? Digamos que se vendem cem reais de soja, o lucro será de 23 reais. No ano passado o lucro foi de 31 reais.

Pesquisa mostrou que o Brasil, por causa do baixo preço do milho e soja no mercado internacional, deve deixar de exportar 8.5 bilhões de dólares em 2015 ou mais de 20 bilhões de reais.

Mato Grosso, em números aproximados, exporta 25% dos grãos do país. Em tese, deve deixar de circular na economia estadual cerca de cinco bilhões de reais no ano que vem.

O produtor rural terá menos renda, comprará menos combustível, máquinas ou insumos em geral. Dispensará também trabalhador. Tudo isso faria o ICMS estadual ser menor. Daí que prefeitos que recebem 25% do ICMS arrecadado tem que refazer contas.

Daí que a equipe de transição do Taques teria que levar em consideração essa queda do ICMS.

Em síntese: o estado vai arrecadar menos impostos porque o agronegócio terá retração em seus ganhos e isso afetaria também a cadeia de fornecedores, todos geradores de ICMS.

Tem gente no setor agrícola querendo que o dólar suba ainda mais.

Com câmbio valorizado podem ganhar um pouco mais nas vendas externas. Mesmo se ocorrer,mostram análises, não impediria a anunciada perda de renda do produtor rural no ano que vem.

E é bom cruzar os dedos para que essa incômoda situação não se estenda até 2016.

Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Cuiabá.
www.alfredomenezes.com

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