Parece que o quartel general do PT e de seus principais aliados, a começar pelos partidos considerados conservadores ou de direita, como o PP, PMDB, PROS, PSD , PR e até mesmo os comunistas do PCdoB, está em alvoroço diante do crescimento da candidatura de MARINA SILVA, e o encolhimento de Aécio, tudo isto já no primeiro turno e a certeza de que se houver um segundo turno Dilma deverá ser derrotada de forma fragorosa.
Agora não dá mais tempo para o “volta Lula”, antes tão acalentado pelos lulistas que sistematicamente vinham, ao longo de quatro anos, minando as base da reeleição de Dilma e ai é que surge o medo dos atuais donos do poder, que aparelharam o Estado brasileiro, criando milhares de cargos, aumentando tremendamente o tamanho da máquina pública, leilonado os cargos nas Estatais, tudo com um único obetivo, a perpetuação no poder para tráfico de influência e para facilitar a corrupção. Os casos do Mensalão, da CPI do Cachoeira, as negociatas na Petrobrás, a lavagem de dinheiro (mais de dez bilhões de reais) conforme a operação lava-jato, as demissões de inúmeros ministros e ocupantes de segundo escalão durante os Governos Lula e Dilma por denúncias de corrupção fazem parte do esgotamento deste modelo de gestão e de manipulação.
Além deste aparelhamento, a mediocridade do atual governo está refletida nos baixos níveis e péssima qualidade dos serviços públicos nas áreas da saúde, da educação, da segurança pública, da infra-estrutura, totalmente deteriorada, na falta de saneamento básico em mais de 65% dos municípios brasileiros, na degradação ambiental, na violência no campo e no apagão da mão-de-obra qualificada, tudo isto tem contribuido para que a grande maioria do povo brasileiro ou seja, 79% das pessoas entrevistadas nas últimas pesquiasas almejam e estão demonstrando que desejam mudanças na economia, na política e na gestão pública.
O povo não quer mais do mesmo, os eleitores desejam mudança de governo, de partidos, de quadros dirigentes, enfim, de um novo modelo de desenvolvimento onde todos possam ser beneficiados com os frutos do desenvolvimento, não apenas os banqueiros que nos últimos doze anos tiveram os maiores lucros da história enquanto os tralhadores, os aposentados e a grande maioria dos servidores públicos continuam com salários ridículos, fruto de políticas públicas do atual governo que penalizam as classes trabalhadora, média, os consumidores e concedem benefícios e privilégios para os detentores do capital e especuladores.
O povo não aguenta mais pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo, próxima de 38% do PIB , práticamente igual ou até mesmo superior aos países desenvolvidos e em troca receber serviços públicos iguais ou piores do que em vários países extremamente pobres da África, da Ásia ou da América Latina e Caribe. Quase 50% do Orçamento Geral da União (OGU) ao longo dos governos Lula e Dilma foram destinados ao pagamento de juros, encargos e um mínimo de amortização da Dívida Pública.
Quando Lula chegou ao poder em 2003 a dívida pública era em torno de 682 bilhões de reais, durante esses doze anos foram gastos mais de três trilhões de reais e ao final do Governo Dilma a dívida pública deverá ultrapassar 2,42 trilhões de reais. A pergunta que não pode calar é a seguinte, se em tantos setores do Governo Federal a corrupção tem sido uma constante, qual o tmanho da corrupção ligada `a dívida pública? Esta pergunta só pode ser respondida por uma auditoria independente , a chamada “auditoria cidadã da díida pública”. Isto é mais um fator que não interessa ao atual Governo, da mesma forma que o Governo manobrou para que as CPIs que deveriam investigar as falcatruas e negociatas na PETROBRÁS acabassem em uma grande farsa, maior do que uma pizza.
Por tudo isto e os riscos de que a continuidade do atual governo poderá levar o Brasil para o mesmo caminho da Venezuela e da Argentina é que a populção grita e exige mudança de verdade e não apenas promessas de uma nova roupagem para que tudo continue igual ou pior!
Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia [email protected]