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Abaixar a cabeça

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Tem-se, a partir de domingo (05/10), o novo governador e a nova composição do Legislativo mato-grossense.

E, antes do término da conferência das listas dos eleitos, duas indagações chegaram a esta coluna: qual o comportamento do Pedro Taques à frente da administração pública regional?

Qual a atuação dos deputados estaduais? São questões interessantes, além de necessárias.

Pois, uma coisa é certa, o estar candidato se diferencia, e muito, do exercício do cargo. Aquela situação ‘vende’ uma imagem, ainda que não seja a real, enquanto esta se deixa revelar, mesmo por um instante.

Daí a importância da atenção do eleitorado, cuja condição não deve ser permanente, ou pelo menos não deveria sê-lo, uma vez que o correto seria o de cidadão. Até para melhor acompanhar e avaliar as ações de seus representantes. Tarefas imprescindíveis.

Nesse sentido, cabe lembrar, há bastante tempo, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso vem decepcionando a sociedade. Ela não fiscaliza o Executivo, não se coloca como fórum de discussão dos interesses da população, nem contribui com a administração estadual.

E, pior ainda, não será diferente na próxima legislatura. Embora tenha recebido onze novas fotografias para o seu álbum, constituído de treze fotos já desgastadas e velhas.

Afinal, ninguém consegue mudar o agir de si próprio e do poder que é membro, sem antes ter mudado o seu comportamento.

E esta mudança, aliás, depende da transformação da escola política, cuja direção se encontra enraizada em práticas arcaicas, sob a pedagogia do personalismo e a orientação cartorialista.

Daí o ‘caititus’, no dizer de um ex-parlamentar estadual, sobretudo quando se percebe que as vontades do governador, expressas em mensagens e em projetos, direcionam e os conduzem a uma única condição, o da aceitação pura, em contrapartida recebem cargos e liberação de emendas.

De nada adianta, portanto, confundir o renovar com o simples trocar os rostos, as caras. Isso porque estes verbos não se misturam entre si, nem se entrelaçam, tampouco apresentam sentidos iguais.

Mas, contraditoriamente, se ouve a mesma cantilena a cada dois anos, tão logo termina a apuração dos votos das urnas.

‘A renovação da Assembleia foi de X por cento e a bancada federal, Y’. Resultado comemorado, assim como também o é realçado.

Isso no exato instante em que se questiona a composição do secretariado. Desta, dois cargos chamam a atenção desta coluna: o de Fazenda e o de Chefe da Casa Civil.

Este é uma espécie de cartão postal do governo, ao mesmo tempo o para-choque da administração – recebe as reclamações tanto dos deputados quanto da sociedade.

E, através dele, ou como reflexo de sua postura, chega-se a uma avaliação do poder de diálogo da gestão, bem como o da capacidade do governo.

Capacidade que tende a aumentar quando a população é contemplada com os benefícios devidos e os bons serviços.

Tarefa que também depende da atuação dos deputados estaduais.

E é aqui que se percebe a relevância do Legislativo para a administração estadual, tanto quanto deveria sê-lo para a sociedade, mesmo quando o dito poder aponta os desacertos, e não abaixa a cabeça, dizendo sempre amém ao Executivo, conforme se viu nos últimos doze anos.
 
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista político em Cuiabá

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