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A saga das famílias Vicentini e Turquino

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No início do século passado, estimulados pelos incentivos do governo brasileiro, muitos imigrantes estrangeiros vieram trabalhar no Brasil na colheita do café, nos estados de São Paulo e Paraná. Dentre as centenas de famílias italianas que chegaram nesta época, estavam os patriarcas da família Vicentini e Turquino.

Em 1933, morando no Paraná, região cafeeira de Londrina, eram meeiros e já começavam a comprar os primeiros lotes de terra, 05(Cinco) alqueires, na esperança de realizar o sonho que os fizeram deixar a pátria natal e se aventurarem no Brasil com os seguintes objetivos: trabalho, oportunidade e realização de sonhos, cujos frutos foram divididos entre as famílias e toda nação brasileira.

Nesta faina diária do duro labor do campo os avós Vicentini criaram onze filhos, amamentados desde nascidos embaixo da copas dos cafezais do norte do Paraná. Os frutos de tanta luta e sacrifícios não se fizeram tardar e logo conseguem comprar mais terras, expandindo as suas fronteiras para o oeste do Paraná e no atual estado de Mato Grosso do Sul.

Porém as crises cíclicas da monocultura do café se faziam sentir, e o Governo Federal da época promoveu a Reforma Agrária nas terras da fronteira (Mato Grosso do Sul), em 1962. Os Vicentini e Turquino conseguiram comprar em família uma gleba de 10.000 (dez mil) hectares na região de Eldorado-MS, e iniciaram a abertura destas áreas.

Mãe, Pai, filhos e netos, todos trabalhando na terra.

Desta nova fronteira a família se expandiu, e atendendo ao chamado do Governo Militar, na década de 1970, atendendo ao chamado de “INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR”, adquiriram terras limítrofes ao Parque Nacional do Xingú, em Mato Grosso. Tudo dentro da legalidade, cujas áreas foram adquiridas da própria União, do governo do Estado do Mato Grosso e de particulares cuja cadeia dominial pode ser consultada a quem se interessar ou até mesmo duvidar de nossa honestidade.

O patriarca da segunda geração, Sr. Luiz Vicentini casado com a Sra. Aurora Turquino, adquiriram cerca de 54.000 (cinqüenta e quatro mil) hectares de terras nesta região, dando início a ocupação desmataram aproximadamente 2.500 (dois mil e quinhentos) hectares para implantação de criação de gado, tudo isso devidamente amparado por autorizações do antigo IBDF assim como do próprio IBAMA.

Ocorre que a área destinada a exploração econômica de nossas terras no Mato Grosso limitou-se a aproximadamente 5% (cinco por cento) do total dos 50% (cinqüenta por cento) permitidos pela legislação vigente na época.

Abriram estradas, construíram a infra estrutura que o estado não oferecia, desenvolveram a pecuária extensiva, geraram empregos e riquezas.

A outra parte resta preservada conforme se pode observar pelas matrículas de todos os imóveis que compõe a área, deixando com isso o legado de preservação ambiental para os filhos e netos.

Em 1996, já compartilhando a administração com os filhos mais velhos, João Vicentini, Ivo Vicentini e Ilton Vicentini, foi feita a divisão de parte da área destinada a cada um como usufruto vitalício para que pudessem criar e sustentar suas próprias famílias.

Com a divisão foram executados Projetos de Manejo Florestal Sustentável, tudo conforme as leis da época, inclusive para justificar a produção de madeira com origem legal destinada ao pólo madeireiro que se expandia nesta região, promoveram portanto a exploração racional e sócio-sustentável de floresta, inovando e conscientizando toda região da importância de se efetivar o desenvolvimento sustentável de suas áreas.

Em 1998, João Vicentini, filho do meio, iniciou a implantação de um projeto de Eco-turismo objetivando racionalizar o uso e a exploração econômica da exuberante natureza preservada em sua propriedade, e concomitantemente proporcionar uma parceria que pudesse beneficiar os povos indígenas das aldeias situadas da borda oeste do parque Xingú, tal projeto recebeu o nome de “HOTEL DE SELVA XINGU REFÚGIO AMAZÔNICO”.

Pois bem, o projeto acima contemplava inclusive a criação de uma RPPN-RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NACIONAL, com o propósito de juntamente com o Hotel de Selva, constituírem uma nova alternativa sustentável e ambientalmente correta para obter renda de sua propriedade.

Centenas de pessoas tanto do Brasil como do exterior tiveram a oportunidade de visitar o referido projeto, e podem ser consideradas como testemunhas oculares do trabalho desenvolvido pelo Sr. João Ismael Vicentini, confirmando sua preocupação com relação à natureza e os povos indígenas.

Aliás esta parceria entre os Vicentini e os órgãos e autarquias do Governo Federal sempre existiu, desde os anos 80, quando a aeronáutica se utilizava de suas pistas de pouso e de seu porto às margens do Rio Von Den Stein para se deslocar no trabalho social que realizavam junto aos índios.

Ao longo de todos estes anos, funcionários do IBAMA, FUNAI, ONGs e outros do Governo Federal sempre tiveram na sede da fazenda Bandeirantes e na Pousada Xingu Refúgio Amazônico, considerada por todos que passaram por ali como um local de apoio, onde pernoitaram, utilizaram das instalações e se alimentaram, sem nunca ter sido exigido pagamento algum por parte da família Vicentini, por entenderem a importância do trabalho desenvolvido pelos mesmos, na ajuda às aldeias da região e também na preservação e alerta de danos ambientais no entorno do Parque Xingu.

Preservação que os Vicentini sempre fizeram questão de realizar, não em função de decretos ou leis, mas por uma questão de consciência e uma vida de prática, lançando um desafio a qualquer pessoa que se disponha a conhecer in loco as propriedades da família e o projeto de eco-turismo criado pelos mesmos.

Em 2003 depois de várias tentativas frustradas, para aprovar junto à FUNAI, o projeto de Eco-turismo étnico cultural, os filhos, João Vicentini e Ivo Vicentini, resolvem vender uma parte das terras (46.000 hectares) ficando apenas com o restante, 8.000 hectares.

O comprador foi o empresário Ney Francio, da cidade de Sorriso-MT, que com autorização ambiental de desmatamento fornecida pela SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, abriu 6.000 hectares da área de 46.000 hectares.

Em parceria com os vizinhos e com a prefeitura do Município de Feliz Natal-MT, construiram uma estrada de cerca de110 KM, no espigão das terras, sem danos ao meio ambiente, sem atravessar nenhuma nascente ou veio de água, toda cascalhada e muito bem conservada, que serve hoje para vários usuários, desde os fazendeiros ao longo da mesma até mesmo aos indígenas e as ONGs e inclusive órgãos do Governo Federal que dela se utilizam para chegar até ao parque indígena do Xingu.

Atualmente, João Vicentini pratica agricultura em uma área devidamente autorizada para exploração pelo antigo IBDF, IBAMA e SEMA-MT, tudo conforme legislação ambiental vigente.

Embora seja injustamente citado por órgãos do Governo Federal (IBAMA) como desmatador da Floreta Amazônica, e apesar de toda narrativa acima o próprio IBAMA sequer chegou a notificar ou até mesmo procurar o Sr. João Vientini ou qualquer outro membro da família Vicentini.

Os autos de infração injustamente imputados ao Sr. João Vicentini, foram todos lavrados pela simples análise de carta imagem ou por sobre vôo na área, jamais o Sr. João Vicentini foi procurado para prestar esclarecimento ou até mesmo apresentar as autorizações de desmatamento, exploração vegetal, Exploração de Manejo Florestal ou qualquer outro tipo de documentação todas emitidas pelos órgãos competentes que estão anexadas as suas defesas.

Mesmo assim respondem processos no Ministério Público Federal e foram arbitrariamente presos na Operação Mapinguary, sensacionalista, promovida pelo IBAMA, Ministério Do Meio Ambiente e Polícia Federal.

Sensacionalista, pois a inocência do Sr. João Vicentini assim como de seus irmãos Ilton Vicentini e Ivo Vicentini, ficou comprovada perante o Poder Judiciário, tanto é verdade que suas áreas as quais estavam sobre SEQÜESTRO E INDISPONIBILIDADE já foram liberadas conforme o cancelamento de tais termos pelo teor do Oficio/SECRI/OM/ Nº. 185/2008 DE 29/02/2008, constante dos autos do processo 2006.36.00.016.582-3 em trâmite perante a Justiça Federal do Mato Grosso.

Os Vicentini continuam lutando para provar sua inocência na justiça, como tem conseguido, enquanto buscam assegurar seus direitos adquiridos ao longo de décadas de trabalho árduo na atividade produtiva, gerando empregos e riquezas que sempre contribuíram para o desenvolvimento do estado de Mato Grosso e do Brasil.

Em função dos enormes prejuízos morais e financeiros, acarretados pela perseguição que vem sofrendo por parte destes órgãos, doente e cansado de lutar, João Vicentini resolveu fechar a Pousada Refúgio Xingu Amazônico, colocou suas propriedades à venda, e tão logo se desvenci-lhe dos compromissos, pretende voltar ao país de origem, Itália, onde tem cidadania por descendências, e nunca mais voltar ao Brasil.

Pelo menos enquanto não tiver lugar neste país para brasileiros como ele e sua família, que ousaram acreditar em seus governantes e seus projetos, imaginando que seu espírito empreendedor, sua coragem, retidão e força de trabalho fossem garantias suficientes para preservar seus direitos e o respeito que julgam merecer e de fato merecem.

Enquanto isto não ocorre, João Vicentini e sua família se defendem na justiça, assim como também reage, e pretendem processar via ações diversas, aqueles que movidos por ideologias e motivos espúrios tentam lhes impingir a pecha de marginais do meio ambiente. Como afirmam os Vicentini e Turquino: “Não somos quadrilha, somos família”.

João Ismael Vicentini é produtor rural no Município de Feliz Natal –MT.

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