É na Roma antiga que temos o registro da atuação da primeira advogada, Gaia Afrânia, que defendia os seus direitos com bravura e, sobretudo, já lutava contra a desigualdade de gênero, ao insistentemente em suas defesas ao púlpito dos tribunais romanos criticar a proibição da mulher de defender os direitos das outras pessoas.
Mirthes de Campos é o nome da primeira advogada do Brasil que lutou incansavelmente em prol dos direitos de voto da mulher. Em Mato Grosso, não encontramos o registro do nome da primeira advogada. Assim que descobrirmos quem foi essa importante pioneira da classe, faremos as devidas homenagens.
A constatação de tal ausência de registro nos aponta inequivocamente à completa falta de vontade de valorização das conquistas femininas em nossa classe pela OAB/MT. Não seria somente por este exemplo que fazemos tal afirmação.
Vejam que atualmente as mulheres representam 50,5% da advocacia no Brasil, informação que consta nos anais da I Conferência Internacional de Advogadas e Mulheres de Carreiras Jurídicas. Na formação da chapa "A OAB é Muito Mais", o candidato à presidência da OAB/MT, José Moreno, tomou o cuidado de ter as advogadas muito bem representadas na entidade. Dos 84 cargos que compõem a nossa chapa, 30% serão ocupados por mulheres da advocacia mato-grossense nas mais diversas áreas.
Na gestão de José Moreno, a atuação da advogada na OAB não se resumirá a números minguados e cargos inexpressivos. A mulher ficará em evidência e não em segundo plano como temos visto em alguns panfletos de outros candidatos por aí. Nós, advogadas, vamos desenvolver um papel importante dentro da instituição, teremos vez e voz ao ocupar cargos de relevância, coisa que há muito tempo não se vê.
Infelizmente, hoje as mulheres que bravamente lutam pela advocacia mato-grossense não possuem um espaço livre dos preconceitos machistas. Isso tem que mudar, precisamos fazer com que as advogadas, tanto na OAB/MT como em todos os espaços de atuação profissional, possam ter a possibilidade de igualdade de tratamento.
Esta postura machista, onde a mulher fica atrás do homem, e não ao seu lado, é a principal causa que impossibilita que questões específicas das advogadas não sejam vistas como prioridade, como, por exemplo, vagas especiais para gestantes em estacionamentos, reservas de ambientes propícios a amamentação e troca de bebês nas salas de advogados dos fóruns e tribunais, entre outras propostas para a gestante e mãe, bem como aos seus filhos, que trazemos no nosso plano de trabalho.
Na diretoria, juntamente com as demais advogadas que farão parte da gestão, vamos instrumentalizar a essência feminina para garantir transparência e sensibilidade dentro da OAB. A mulher não é mais o ‘sexo frágil" de antigamente e deve ser tratada com igualdade. Ela traz dentro de si a educação da família, os valores da moral e da ética. E é isso que deve sempre prevalecer dentro da Ordem dos Advogados.
Portanto, essa grande representatividade feminina dentro da Chapa 02 vem para mostrar que a advogada terá sim espaço de liderança e poder para tomar decisão, pois já que a advocacia é majoritariamente composta por mulheres, a OAB também deve ser. É esta a nossa meta ideal. É um desafio que queremos vencer: mudar o quadro de pouca participação feminina na gestão.
Em razão disso, estamos priorizando a participação da advogada em nossas atividades de campanha, para que fique claramente demonstrado que prezamos pela igualdade de condição da participação, sem contudo perder a necessidade de respeito à diferença dos gêneros.
A advocacia é muito mais mulher, por isso convidados as colegas a defenderem conosco o lema de que "A OAB é Muito Mais Advogada".
Vanessa Nabarrete Martha – advogada militante, professora e candidata ao cargo de Secretária Geral Adjunta na Chapa "A OAB é Muito Mais"