Imagine que você tem um amigo cuja vida é muito desorganizada. Você deseja ajudá-lo, por isso, começa a se aprofundar nos detalhes de sua vida e se depara com um cenário ainda mais caótico. A conclusão é de que a vida financeira dele está para lá de prejudicada.
Este amigo recebe um salário pequeno, porém os gastos são altos, isto é, com aquilo que ganha é impossível pagar todas as contas mensais. Para reequilibrar isso, ele recorre a empréstimos pessoais. O problema é: como é perceptível, não há como a conta fechar e é praticamente impossível honrar todas as despesas e obrigações já assumidas.
Conforme a situação exposta, ele começa a tornar-se uma pessoa estressada e ansiosa, afinal, trabalha bastante, mas não o suficiente para honrar os seus compromissos. Para piorar a situação, é uma pessoa desorganizada e não tem o controle de todos os seus gastos.
A preocupação aumenta e a cobrança também. Os credores querem receber a qualquer custo. O seu amigo já nem atende mais o telefone, nem responde e-mails e WhatsApp de contatos estranhos, com medo dos cobradores. Vive como um fugitivo. Está preso diante das circunstâncias que ele permitiu pela desordem instalada.
Os fatores psicológico e emocional do seu amigo são afetados significativamente. Ele se torna uma pessoa impaciente, nervosa, ansiosa, tensa, desanimada, desmotivada, não consegue dormir, não tem paz, vive cansado, mal-humorado, tem dores de cabeça e taquicardia, e aos poucos está perdendo a força de vontade para lutar pelo sustento da sua família. O prejuízo mental ocasionado pelo estresse financeiro ataca a sua saúde física, mental e espiritual. A produtividade despenca e as relações pessoais são prejudicadas.
Que vida miserável é essa do seu amigo, não é verdade?! Ou será que essa estória se parece um pouco com a sua hoje? Ou será que já ocorreu isso no seu passado?! O fato é: não é possível viver assim. Não dá para viver como um mendigo da gestão financeira. É preciso mudar e ressignificar a sua vida!
Uma questão é não conseguir pagar uma ou duas contas excepcionalmente no mês, porém, quando se perde o controle da gestão financeira, e isso começa a se repetir nos meses seguintes, deixando a situação crônica, pode virar um círculo vicioso.
O que é estresse financeiro? É aquela apreensão que sentimos quando temos uma dívida a saldar ou despesas a pagar e não dispomos de recursos financeiros para honrar esses compromissos.
Pesquisa apresentada no site “G1”, em 9/5/2022, nos alerta:“Três a cada quatro brasileiros apontam o dinheiro como sua maior preocupação. A pesquisa da fintech Onze mostra que 74% dos brasileiros dizem que o dinheiro é sua maior fonte de preocupação. O número é maior do que a angústia pela família (60%), pela saúde (57%) e pelo trabalho (44%). A sondagem colheu respostas de 1.603 pessoas, todas elas trabalhadoras assalariadas em regime CLT. Apenas 17,8% dos entrevistados afirmaram que conseguem cobrir os gastos e poupar algum dinheiro ao fim do mês. Na outra ponta, 42,7% disseram que a renda atual cobre os gastos, mas sem sobras. Outros 33,7% confidenciaram que os gastos são maiores que a renda mensal. Os demais não fazem nenhum controle financeiro e não souberam responder”.
Pesquisa publicada no site “UOL”, de 31/1/2020, mostra os problemas do estresse na sua vida: “Problemas financeiros elevam o estresse, afetam a autoestima, interferem na cognição atrapalhando o discernimento mental, podem levar ao uso abusivo de bebida, causar depressão e até levar a pessoa ao suicídio. Qualquer tipo de estresse libera cortisol, tendo atuação direta no cérebro. No caso do estresse financeiro, esse problema se torna crônico, duradouro, afinal dificilmente uma dívida é solucionada rapidamente. Há alguns problemas cognitivos relacionados ao estresse que geram prejuízo na atenção, aprendizagem e memória. Isso acontece porque o estresse provoca uma resposta de luta ou fuga, algo importante para a nossa proteção em muitas situações. Tudo bem, quando essa reação é provocada para ajudar a nos proteger, porém de maneira contínua acaba sendo um dano ao organismo. Afinal, preocupações financeiras predispõem ao aumento de cortisol e adrenalina (hormônios do estresse) na corrente sanguínea. Isso provoca um efeito comportamental em cascata, representado por dificuldades de sono, aumento do apetite com consumo de calorias em excesso, fadiga, ansiedade, depressão e até mesmo aumento do consumo de álcool, tabaco e outras drogas de abuso ou medicamentos tranquilizantes e sedativos”.
Se você se encontra nessa situação, a pergunta é: o que devo fazer para melhorar?! Comece a planejar, organizar o seu orçamento familiar, de forma simples e objetiva. Busque novas fontes de receita. Entenda e controle os seus gastos, defina objetivos e metas. Peça ajuda a indivíduos que dominam assuntos financeiros, pesquise e estude. Busque apoio e cooperação da família. Converse com pessoas confiáveis. Faça exercícios físicos. Muitas pessoas já passaram pelo estresse financeiro e conseguiram superar, e você também terá o mesmo destino. Persista, seja resiliente!
Não desista! O seu momento ruim vai passar. Mas se utilize da razão e da emoção para aumentar os esforços e mudar esses fatos. Faça o que precisa ser feito e confie em Deus, pois Ele vai te ajudar.