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A industrialização de Mato Grosso

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A economia de Mato Grosso trilhou com brilhantismo digno de premiação nos melhores concursos mundiais de empreendedorismo o caminho da economia agrícola-primária para o dinamismo de uma economia agro-exportadora, tendo como motor do seu crescimento econômico a produção de commodities agrícolas, fibras, proteínas animais e madeira. O Estado saiu da desconfortável situação de estado-promessa, e fronteira agrícola para a de um dos maiores produtores mundiais de alimentos e fibras, fazendo sua inserção de forma competitiva na economia mundial, ao se transformar numa grande plataforma exportadora global. Mato Grosso deu o grande salto quantitativo na produção agropecuária. No início da década de 1970, nosso Estado tinha uma população de 600 mil habitantes. Em 2006 a população já é de 2,8 milhões de habitantes. Estudos da Secretaria de Planejamento do Estado indicam que em 2025 o Estado será habitado por quase 4 mihões de pessoas. Em 1975 nossa produção agropecuária era próxima de 900 mil toneladas de grãos. Atualmente já ultrapassamos os 23 milhões de toneladas de grãos, somos os maiores produtores brasileiros de soja e algodão e contamos com o maior rebanho bovino do país. Nas duas últimas décadas a economia mato-grossense cresceu à média anual de 6,74%, enquanto a brasileira cresceu à média anual de pífios 2,2%.
??O grande desafio econômico e social de Mato Grosso para as próximas décadas é dar o salto qualitativo para promover a transição da economia agro-exportadora quase monoprodutiva para a de uma economia industrializada onde os setores de tecnologia, de serviços e industrial sejam tão fortes quanto o setor agropecuário. Para essa transposição econômica, investimentos em educação e o estabelecimento de um parque industrial robusto e moderno são fundamentais. ??O salto qualitatitivo que vai garantir a sustentabilidade do desenvolvimento econômico de Mato Grosso passa, necessariamente, pela industrialização de nosso Estado. Não sairemos da posição de economia periféria baseada na produção primária enquanto não tivermos uma indústria forte e diversificada. Entendo que a economia de Mato Grosso já iniciou esse processo de transição com o avanço da agroindustrialização ocorrida nos últimos anos. Além da industrialização da nossa produção agropecuária, é preciso atrair para Mato Grosso as indústrias que fornecem a maioria dos insumos, máquinas, equipamentos e bens de capital utilizados pelo agronegócio e pela agricultura familiar. Incentivar o desenvolvimento da indústria tecnológia, através dos chamados parques tecnológicos, é outra medida estratégica imprescindível nessa empreitada da industrialização. Desenvolvidos na década de 1970 nos países europeus para incentivar a criação de empresas de tecnologia através da agregação, no mesmo ambiente, empresas e instituições de pesquisa, os parques tecnológicos deram como o mais famoso fruto a atual gigante Nokia, surgida num parque tecnológico de uma pequena cidade de 129 mil habitantes da Finlândia. Adaptado para o Estado de São Paulo, o conceito de parques tecnológicos está transformando a região de Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto e São Carlos em verdadeiros “Vales do Silício” brasileiros. Sua utilização em cidades de Mato Grosso é plenamente possível a partir de incentivos fiscais, boa articulação entre empresas, governos estadual e municipal e universidades.
??Note-se que o processo de industrialização não substitui nem inibe a produção agropecuária. Ao contrário, agrega mais valor à cadeia produtiva agropecuária, melhorando a performance da economia do Estado. Basta vermos os exemplos dos Estados de Goiás e Santa Catarina. São Estados pequenos territorialmente mas que fizeram bem a transição para a industrialização e o desenvolvimento tecnológico e apresentam robustos dados de desenvolvimento econômico sustentável, com bons indicadores econômicos, de qualidade de vida, renda per capita e nível de escolaridade. O ideal seria Mato Grosso avançar da posição de fronteira agrícola para a de fronteira tecnológica ou fronteira industrial. Voltarei ao tema.
??* Vivaldo Lopes é economista, pós-graduado (MBA) em gestão financeira de empresas pela FIA/USP, consultor da Fundação Getúlio Vargas – FGV

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