Os caminhoneiros retomaram o bloqueio de carretas e caminhões transportando produtos não perecíveis na BR-163, em Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Eles haviam liberado o tráfego por volta das 11h e fecharam, por volta das 13h10. Às 17h30 liberaram todas as rodovias e todos os veículos estão passando. Durante o bloqueio é permitida a passagem de carretas com cargas perecíveis e animais vivos, ônibus e carros estão passando normalmente.
Um manifestante e a assessoria da concessionária da Rota do Oeste confirmaram que a rodovia federal, em Sinop, também foi fechada. Cerca de 150 caminhoneiros participam do manifesto que está localizado no trevo de acesso a MT-225 (Juara). Também foi feito bloqueio na rodovia estadual MT-449, que liga Lucas a Tapurah. Cerca de 50 pessoas estão reforçando o manifesto que é para pressionar o governo a reduzir o preço do óleo diesel.
Em Sorriso, lideranças políticas manifestaram apoio a mobilização. O presidente da câmara, Fabio Gavasso e os vereadores Claudio Oliveira e Bruno Stelatto foram ao local do bloqueio e ouviram as reclamações dos motoristas e donos de empresas.
Em Lucas do RIo Verde, o empresário Gilson Baitaca, que faz parte da organização do manifesto, previu que mais adesões devem ocorrer por parte de caminhoneiros, em Rondonópolis, onde a BR-364 pode ser bloqueada. "Hoje estamos mais motivados do que ontem. A intenção é reforçar ainda mais. Entretanto, ainda não está confirmado”, disse, ao Só Notícias.
Para o representante sindical, o preço do combustível inviabiliza a logística rodoviária em plena safra. “Imagine dentro de 30 dias quando acaba a safra e o frete baixa cerca de 30%. Ainda teremos no segundo semestre que pagar pedágio na BR-163. O preço do frete não está ruim. O óleo diesel está levando a maior parte do dinheiro do frete. Queremos que o governo se mobilize e baixa o preço. R$ 3,15 o valor médio é absurdo. Valor da nossa realidade seria R$ 2,50 e ainda é alto".
Caminhoneiros bloquearam a BR-163 em Sorriso, ontem à tarde, impedindo a passagem de carretas e caminhões que não estavam com cargas perecíveis para reforçar o manifesto, iniciado pela manhã, em Lucas do Rio Verde. Carros, ônibus, caminhões e carretas com cargas vivas passaram normalmente. A assessoria da Rota do Oeste informou que, por volta das 18h, o tráfego dos que estavam carregados foi liberado em Lucas do Rio Verde.
Por enquanto o manifesto é tranquilo. Porém, amanhã, os caminhoneiros prometem endurecer e a intenção é não liberar a passagem de carretas e caminhões, independente das cargas que levam para aumentar a pressão ao governo.
O manifesto é organizado por empresas transportadoras de produtos que estão criticando o aumento nos combustíveis e querem a desoneração do imposto de 17% para 12%. Eles também protestam contra corrupção na Petrobras e reclamam, de acordo com a avaliação de alguns manifestantes, que a conta "da roubalheira" está sendo paga pela população através dos aumentos nos combustíveis.
A manifestação também tem o objetivo de pedir ao governo de Mato Grosso que impeça as tradings (empresas que atuam como intermediadoras nas negociações comerciais, principalmente de commodities agrícolas no Estado), de contratar o frete abaixo da tabela estipulada pela Secretaria Estadual de Fazenda. “Isto tem que ser cumprido, é uma resolução. Não estamos inventando nada. Se estas empresas têm certos incentivos fiscais, é correto que elas cumpram determinados critérios. Tem que valer a lei”, afirmou Baitaca.
Tradings e agenciadores que não praticarem preços da lista da secretaria correm risco de perderem os seus incentivos fiscais junto ao Estado e terem suas respectivas inscrições estaduais suspensas.
Conforme Só Notícias já informou, em Lucas, o preço do diesel é vendido, em média, R$ 3,24. Em Nova Mutum, é vendido a R$ 3,31.Em Sorriso, com o recente aumento, o litro do óleo diesel foi para R$ 3,05 (preço médio apontado pela ANP) , mas pode ser encontrado por até R$ 3,29 em alguns postos. Em Sinop, o valor médio é R$ 2,98 mas alguns vendem por até R$ 3,14.
(Atualizada às 18h52)
