Mato Grosso está na lista dos estados com maior número de veículos roubados ou furtados na que poderão ser regularizados pelo governo boliviano. Além de MT também estão na relação São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. A informação é do delegado da Polícia Federal Caio Bortone, que participou da audiência promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da câmara dos deputados. Bortone disse que o governo boliviano recebeu o pedido de legalização de proprietários de cerca de 128 mil veículos que circulam irregularmente naquele país.
O pedido foi feito após lei sancionada este ano que permite a regularização desses veículos. Segundo o delegado, pelo menos 4 mil carros, motocicletas e caminhões brasileiros furtados ou roubados estão nesse grupo.
Já o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), disse que o Brasil e Bolívia poderão fazer um acordo para repatriar os veículos brasileiros roubados que transitam irregularmente em território boliviano.
Segundo o deputado, os governos boliviano e brasileiro estão dispostos a conversar para fechar um compromisso de envio dos veículos brasileiros de volta ao Brasil. O objetivo, de acordo com ele, é evitar que a decisão da Bolívia estimule o aumento dos casos de roubo e furto no País.
No debate, o diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseng), Neival Rodrigues Freitas, que integrou uma comitiva do Itamaraty à Bolívia em julho deste ano, também afirmou que os dois governos estão negociando ações para evitar o contrabando de veículos brasileiros. Estão sendo estudadas medidas como integração de banco de dados e cooperação entre polícias.
O procurador da República Raphael Perissé defendeu a adoção de medidas diplomáticas para solucionar o impasse, mas, segundo ele, a negociação deve prever a possibilidade de sanções comerciais e econômicas contra a Bolívia em caso de recusa ao envio dos veículos brasileiros.
"A Bolívia depende dos recursos brasileiros e a adoção desse tipo de sanção pode evitar que se repita esse quadro que traz tantos prejuízos à sociedade brasileira", disse.