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Vaticano vela o Papa que pode se tornar santo

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João Paulo II, que criou mais santos que todos seus predecessores reunidos, poderá rapidamente se juntar à lista dos canonizados. Já no dia seguinte à sua morte ele foi apelidado de “João Paulo II o Grande”, como a Igreja chama os papas canonizados.

Veja fotos do velório do Papa

Foi o cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, o primeiro a lançar a idéia de uma santificação do Papa falecido. “João Paulo II o Grande morreu em total serenidade, a serenidade dos santos”, declarou durante a missa que presidiu na manhã deste domingo na praça São Pedro em memória de João Paulo II. “Ele era um grande homem, um santo”, considerou Vidiana Crisaculli, que veio com seus dois filhos à praça São Pedro “para que pudessem dar adeus ao Papa”.

As canonizações são examinadas no Vaticano pela Congregação para a Causa dos Santos. No pontificado de João Paulo II, os processos de canonizações, que podiam durar séculos, foram acelerados. Padre Pio, o “capuchinho”, se tornou santo em 2002, 24 anos depois de sua morte. José Maria Escrivan de Balaguer, o fundador da poderosa organização Opus Dei, morto em 1975, foi canonizado em 2002.

Mas o caminho da santidade somente pode ser percorrido quando estiver estabelecido que o santo potencial fez algum milagre. Trata-se na maioria dos casos de milagres póstumos.

Após São Pedro, o “príncipe dos apóstolos” e primeiro chefe da Igreja, os papas dos primeiros séculos foram quase todos proclamados santos, e o ritmo de canonizações diminuiu a partir do século VIII. No período moderno, somente foi canonizado, em 1954, Pio X, morto em 1914.

Um processo de canonização está em curso para Pio XII, Papa de 1939 a 1958, mas seu silêncio ante a exterminação dos judeus pelo regime de Hitler torna difícil sua santificação.

Para o vaticanista Patrick Agnew, a canonização de João Paulo II pode receber um parecer favorável, mas uma abertura prematura do caso seria desastrosa. João Paulo II, abalado por uma doença que o privou de suas forças mas que quis apesar de tudo levar adiante sua missão até o fim, já foi muitas vezes comparado ao próprio Cristo.

O jornal Corriere della Sera destacou em sua manchete neste domingo o título “Uma morte pública, como a de Cristo na cruz”. Entretanto, João Paulo II sempre disse aos católicos que a santidade não era reservada aos grandes da Igreja.

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