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UFMT inicia programa de doação voluntária de cadáveres para fins acadêmicos

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O projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso está iniciando um programa inédito em Mato Grosso de doação voluntária de cadáveres. A iniciativa “Legado Eterno” possibilita que as pessoas possam demonstrar o interesse em doar os corpos para estudos acadêmicos. A formação de profissionais da área da saúde está baseada no estudo da morfologia do corpo humano, com o objetivo de compreender como ele é constituído, o que auxilia no diagnóstico e prognósticos de inúmeras enfermidades. A lei, de 2002, estabelece que é válida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, com objetivo científico ou altruístico.

De acordo com o coordenador do projeto, o professor da Faculdade de Medicina, Flávio Silva Tampeline, há uma escassez de cadáveres para estudos nas universidades. O programa é um mecanismo que visa sanar este problema na UFMT. “O estudo e a pesquisa em cadáveres é de extrema importância para o desenvolvimento da medicina e outras áreas da saúde. As aulas de anatomia são ministradas com teoria e prática, e não é possível visualizar com perfeição todas as partes do corpo humano em modelos sintéticos que simulam o real. O projeto vai auxiliar professores, estudantes e técnicos a ter o material necessário para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem da anatomia humana. Por mais que a tecnologia auxilie, este processo se faz mais precisamente no estudo do cadáver”, afirmou.

A princípio, os corpos doados ficarão à disposição do Câmpus de Cuiabá. “Se nós conseguirmos uma boa adesão da sociedade mato-grossense para o projeto, poderemos disponibilizar para os Câmpus de Sinop, Barra do Garças e Rondonópolis”, disse.

Segundo o docente, o projeto também tem como objetivo conscientizar a população sobre a doação e o que é feito com os cadáveres. Outro ponto é aproximar a UFMT da comunidade externa, com visitas de escolas do ensino fundamental e médio ao laboratório de anatomia. “Nós já ministramos palestras sobre doenças e, com a disposição de peças anatômicas eles podem conhecer como funciona o processo de estudo do corpo humano. Então, a chegada de cadáveres para fins acadêmicos significa também abrir a possibilidade de levar a sociedade para dentro dos laboratórios e transmitir conhecimento sobre como as partes humanas são constituídas”, disse.

O projeto ainda estuda a criação do primeiro museu do corpo humano de Mato Grosso, que seria aberto para toda comunidade, com a exposição de modelos sintéticos, incluindo mesas anatômicas, softwares de realidade virtual e cadáveres, para melhor entendimento das características humanas.

Para demonstrar o interesse em participar do programa de doação de corpos, é necessário preencher os formulários disponíveis no site do projeto e reconhecer firma em cartório, com duas testemunhas. Na página do programa também é disponibilizado informações sobre dúvidas frequentes relacionadas ao processo de doação.

A informação é da assessoria da universidade.

 

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