Foi inaugurado, ontem, no campus de Sinop da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Ambulatório de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas do Xingu. Na cerimônia, também ocorreu a assinatura da parceria entre a universidade e a secretaria municipal de Saúde, consolidando o projeto de extensão que visa garantir atendimento especializado e humanizado a aproximadamente dez mil indígenas da região do Xingu, no Norte do Estado.
Conforme o coordenador do projeto, professor Urandi João Rodrigues Júnior, esta é uma iniciativa inédita em Mato Grosso e a segunda deste tipo no país. O início dos agendamentos está previsto para o próximo mês e o início dos atendimentos para agosto. O projeto contará com a participação de quatro médicos/professores (dois da família e dois de saúde indígena) e dez alunos do curso de medicina. A segunda fase do projeto está prevista para ter início em 2026 com professores e alunos dos cursos de Farmácia e Enfermagem.
O secretário municipal de Saúde, Érico Stevan Gonçalves, destacou a relevância da ação. “É importantíssimo e agora com foco nos povos indígenas. Quebramos o paradigma da não assistência, mostrando que o poder público, junto com a UFMT, está comprometido com a humanização e o cuidado de todos os pacientes”.
A demanda por um espaço de referência em saúde indígena em Sinop surgiu há alguns anos, conforme explicou o coordenador Distrital de Saúde Indígena, Wulkai Suiá. “A parceria foi construída a partir de conversas com as lideranças e a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI), diante da necessidade de termos uma unidade de atendimento para a população indígena aqui na cidade”.
Segundo ele, o ambulatório atenderá toda a população do Xingu na região Norte de Mato Grosso, com foco nos casos de média e alta complexidade. Os indígenas passarão por uma triagem em sua própria região e depois serão encaminhados ao Ambulatório no Campus Sinop. Neste local, os professores e alunos da UFMT irão realizar atendimento e exames. Os casos que precisarem de atendimento especializado serão encaminhados ao sistema de saúde do município.
Além do atendimento direto à população, o projeto tem caráter extensionista, educativo e de pesquisa, como ressaltou o coordenador. “Esse é um passo muito importante para a universidade. O ambulatório irá beneficiar diretamente quase dez mil indígenas, inicialmente com atendimentos realizados pelos estudantes de Medicina e, posteriormente, pelos cursos de Farmácia e Enfermagem. Também vamos trabalhar com telemedicina, produção científica e desenvolvimento institucional”. A parceria ainda vai fortalecer a rede pública de saúde de Sinop, otimizando o fluxo de atendimentos e exames dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). “Já temos uma história de colaboração com a prefeitura, e agora esse projeto vai potencializar ainda mais a nossa contribuição com a saúde pública”, disse através da assessoria da universidade.
A inauguração contou com a presença do pró-reitor do Campus Sinop, professor Elton Brito, professores, servidores da UFMT e da Secretaria de Saúde, além de lideranças indígenas.
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