Mato Grosso tem grande diversidade de peixes. O Cachara, o Pintado, o Pacu e a Piraputanga, são algumas das cerca de mil espécies que podem ser encontradas nas diferentes bacias que nascem em nosso Estado, prevê o professor e pesquisador do Instituto de Biociências (IB) da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo Cesar Venere, que orienta a mais nova pesquisa “Taxonomia molecular e filogeografia de Brycon (Characiformes Bryconidae)”, realizada na Instituição.
O estudo é sobre as espécies pertencentes ao gênero Brycon, que abriga as populares piraputangas, as peras, as matrinchãs e as piabanha , dentre outras, e tem o objetivo de investigar aspectos moleculares com base no estudo do DNA, relacionados à classificação dessas espécies e a aspectos populacionais voltados para sua conservação. Em artigo publicado, a pesquisadora e pós-doutoranda em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da UFMT, Pábila Stephanie de Souza Arruda, indica que são 44 espécies válidas e são encontradas em alguns rios da América Central e praticamente todas as principais bacias hidrográficas da América do Sul. Mas, segundo os pesquisadores, esse número pode ser maior.
Pábila explica que a proposta inicial surgiu devido a problemas na identificação dos espécimes de Brycon no rio Arinos, na bacia do rio Tapajós. Ela explica que os espécimes coletados para um trabalho de consultoria nessa região levantou a necessidade dessa investigação. “Essas amostras juntamente com outras amostras das bacias dos rios Tapajós, Xingu, Araguaia e rio Madeira, oriundas do banco de sequências foram utilizadas em meu estudo no mestrado. Os resultados revelaram a existência de várias unidades moleculares distintas que estavam sendo tratadas como uma única espécie”, detalhou.
A pesquisa tem o intuito de auxiliar na busca de estratégias visando a conservação desses peixes na natureza, uma vez que “o conhecimento do status genético de uma população natural é ponto de partida na busca de estratégias para a conservação de estoques naturais”, O trabalho é realizada pela equipe do Laboratório de Genética e Citogenética Animal (Labgen) do IB/UFMT. Tem o apoio do edital Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para o orientador, Paulo César Venere, a pesquisa se propõe a preencher as lacunas existentes quanto aos problemas de identificação de espécies neotropicais de peixes que têm importância comercial e turística, como são as matrinchãs, piabanhas, pêras e piraputangas. “Várias espécies do gênero Brycon já se encontram nas listas de espécies ameaçadas devido às ações antrópicas, como desmatamentos, poluição, pesca predatória e construção de barragens. São peixes extremamente dependentes de ambientes íntegros, o que não é mais uma realidade para muitos rios Brasileiros”, destaca.
Ele conclui explicando que a bolsa concedida pela UFMT tem duração de 24 meses, e que editais do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil são relevantes para o fortalecimento das pesquisas nas regiões historicamente menos desenvolvidas em algumas áreas. “Como exemplo as regiões centro-oeste e norte do Brasil. Esse quadro foi muito pior no final do século passado, mas a abertura de editais induzidos pelo CNPq em alguns momentos fortaleceu grupos de pesquisa que agora já se encontram fixados no Mato Grosso”. A informação é da assessoria.
A Comissão de Constituição, Justiça e Redação analisou 18 projetos em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso entre eles o Projeto de Lei Complementar 30/2023, para estabelecer normas relativas ao cálculo do Índice de Participação dos Munic