O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, admitiu nesta sexta-feira a existência da prática de Caixa 2 na campanha presidencial de 2002. “O que concluímos e não podemos ser ingênuos é que em 2002 houve recursos não contabilizados”, disse. Ela afirmou ainda que, se ficar comprovado qualquer participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do dossiê contra tucanos, ele poderá ser punido.
A afirmação foi feita após concluir que apesar da aprovação da lei 11.300, que deveria baratear as campanhas, com a proibição de outdoors, showmícios e doação de brindes, os valores gastos foram superiores comparando com a última de eleição para presidete. “Os doadores que doavam por debaixo do pano, e aí estou a me referir especificamente ao caixa dois, estiveram em 2006 mais espertos. O que é muito bom em termos de avanço cultural”, disse.
Lula e o dossiê
Marco Aurélio comentou também um possível envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso da tentativa de compra do dossiê contra tucanos. Segundo ele, como o próprio candidato admitiu, todas as pessoas estão submetidas as leis jurídicas e que, por isso, se for comprovado qualquer participação de Lula no caso, ele também será punido.
O ministro admitiu que o caso não estará resolvido até o 2º turno, mas que dependendo do resultado das investigações e da eleição, poderá resultar em um processo de impugnação.
Apesar disso, Marco Aurélio afirmou que não pode presumir a culpa de qualquer candidato e que as investigações sobre a origem do dinheiro seguem em tramitação normal.
Questionado se acreditava que os escândalos estavam aumentando progressivamente ao longo dos anos, o presidente do Tribunal disse que o que realmente aconteceu foi uma perda dos parâmetros. “Não posso imaginar que se tenha uma progressividade em termos de escândalos”, constatou.