Preso no dia 8 deste mês pela Polícia Civil acusado de integrar uma organização criminosa e de participação num golpe de R$ 15 milhões, o gerente da empresa que atua no ramo de fabricação e exportação de metal, Silvio Cézar Borges Modesto, conseguiu um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e foi colocado em liberdade. O relator foi o desembargador Orlando de Almeida Perri, da 1ª Câmara Criminal, e foi concedido por unanimidade.
O mandado de prisão contra Silvio foi cumprido pela Polícia Civil num desdobramento da Operação Confidere deflagrada no município de Sinop onde está localizada a empresa vítima do golpe, na qual ele era gerente. O habeas corpus foi concedido no dia 16 deste mês.
Silvio é acusado pelos crimes de associação criminosa e furto qualificado em continuidade delitiva. Diante dos indícios da materialidade e autoria delitiva contra ele a 2ª Vara Criminal de Sinop decretou sua prisão preventiva que foi cumprida num desdobramento da operação policial que indiciou 22 pessoas nas cidades de Sorriso, Sinop, Alta Floresta, Tangará da Serra e Rondonópolis.
Porém, no pedido de habeas corpus a defesa alegou que a prisão configurava constrangimento ilegal e pediu a substituição da preventiva por medidas cautelares alternativas, mesmo que fosse mediante o pagamento de fiança. O HC foi parcialmente concedido, mas não consta nos autos os detalhes da decisão de modo que não está claro se foi ou não arbitrada alguma fiança como critério para Silvio deixar a prisão.
A Polícia Civil informou que os suspeitos alvos da Operação Confidere são investigados por crimes como organização criminosa, furto, lavagem de dinheiro, falsa identidade, falsidade ideológica, receptação e sonegação fiscal. Eles já foram inclusive denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE).
No caso de Silvio Modesto, o delegado Bruno Sérgio Magalhães Abreu informou que suspeito tinha clara ligação com o esquema descoberto na investigação e recebia valores financeiros por atuar na execução das vendas ilícitas.
As investigações começaram em janeiro deste ano após denúncia da empresa sediada em Sinop, por suspeita de prejuízo avaliado em R$ 15 milhões, de que gerentes de alta confiança do estabelecimento estariam desviando materiais, por meio do cancelamento de notas fiscais, fazendo parecer que o material comercializado não tivesse saído do depósito.
A polícia solicitou o sequestro de bens da organização criminosa, na ordem de R$ 7 milhões em bens móveis e imóveis. Durante as buscas efetuadas na operação Confidere foram apreendidos veículos de luxo, como motocicletas e automóveis.