O principal suspeito de assassinar Leda Pais da Silva, conhecida como “Isadora”, em junho de 2008, vai a júri popular. A decisão é dos desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Os magistrados reformaram, a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), uma sentença de primeira instância, na qual o acusado havia sido impronunciado pelo crime. Consta na denúncia que o réu teria sido contratado por João Zimmermann, que, supostamente, possuía um relacionamento amoroso com Leda. A vítima era dona de um bar, localizado na chácara Verdes Campos. No dia do crime, o suspeito teria ido até o local e atirado quatro vezes em “Isadora”, que morreu instantaneamente.
À Polícia Civil, o homem acabou confessando o homicídio e dando detalhes da execução. Na ocasião, ele também afirmou ter matado João Zimmermann e a esposa dele, Mônica Isolan, em novembro de 2008. Porém, ao depor à Justiça, mudou a versão e negou participação nos assassinatos.
Para os desembargadores, mesmo com a negativa, “há elementos de prova, mais do que suficientes, que demonstram o contrário, ou seja, que de fato ele estaria envolvido não só no homicídio de Leda Pais da Silva, mas de diversos outros, inclusive de João Zimmermann, o qual seria o mandante do crime analisado no presente feito”.
Os magistrados ainda decidiram manter as qualificadoras pedidas pelo MPE. Desta forma, o réu vai a júri por homicídio qualificado, cometido mediante promessa de recompensa e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda cabe recurso à sentença.
Os crimes estariam relacionados a um esquema de golpe de seguros, desvendado pela Polícia Civil de Sorriso, em 2008. As investigações apontaram que as mortes eram encomendadas pelos contratantes, que tinham interesse nas apólices de seguro de vida. Leda, por outro lado, teria sido morta por ameaçar contar à polícia sobre o esquema criminoso.