sábado, 27/julho/2024
PUBLICIDADE

Tráfico se firma como "investimento familiar" em Mato Grosso

PUBLICIDADE

As mulheres já assumem importante papel no negócio chamado "tráfico de drogas", na baixada cuiabana. Este ano elas representaram 17% das pessoas investigadas e presas pela Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil, que fecha o ano com cerca de 700 inquéritos concluídos e mais de 555,7 quilos de entorpecentes apreendidos. A maconha liderou as apreensões com 303 quilos, seguida pela cocaína com 253 quilos. Até o início de dezembro, 583 pessoas haviam sido indiciadas pelo crime, sendo 489 homens e 94 mulheres.

Segundo o delegado Gustavo Garcia Francisco, o tráfico de drogas se tornou um negócio familiar, que passa do marido para a mulher e para os filhos, quando o chefe da família é preso. Destaca que o tráfico "formiguinha", a partir de pequenas porções é o que movimenta a cadeia familiar e tem sido foco de investigações da DRE. Segundo ele, desde o ano passado foram realizadas operações voltadas à identificação de famílias inteiras que atuavam no tráfico. Em uma delas chegou-se a uma família composta por pai e filhos que acabou presa. Tanto neste como em outros casos semelhantes, o local onde funcionava a "boca de fumo" e os demais familiares continuam sendo monitorados, pois a possibilidade de outros integrantes da família continuarem a atividade é grande.

O delegado salienta que nestes casos nem os filhos menores escapam e acabam sendo empregados na atividade. A presença das crianças também tem sido frequente no caso das mulheres que atuam como "mulas", no transporte de drogas no estômago (com cápsulas) mesmo amarradas ao corpo ou na bagagem. A maioria delas é de bolivianas, que para tentar enganar o policiamento viajam acompanhadas dos filhos, muitos deles bebês de colo, lamenta o delegado.

Neste aspecto, o tráfico é considerado um problema social grave. Tanto pelo envolvimento dos que atuam nele como pelo problema que acarreta a toda comunidade onde ocorre. Apesar das pequenas apreensões, o tráfico formiguinha fomenta outros crimes nos bairros e é frequente- mente denunciado pela circulação de usuários em busca da droga e pelo consumo nos locais de venda. Além disso, em torno da boca de fumo é comum ocorrerem arrombamentos, furtos e roubos a residências e pessoas por dependentes que buscam dinheiro para a compra do entorpecente. Este tipo de tráfico não traz muito lucro para os traficantes, já que são pequenas quantidades vendidas e grande parte deles usam o produto para consumo próprio, lembra Gustavo.

Explica a que repressão às bocas de fumo e ao tráfico doméstico é um trabalho importante, pois é algo que incomoda a sociedade. Mas a DRE também atua no combate aos fornecedores de drogas que abastecem estes pontos de distribuição. Salienta que quando a Polícia retira de circulação entre 3 e 5 quilos de entorpecente de um fornecedor, está retirando drogas que iriam abastecer 20, 30, 40 bocas da Grande Cuiabá.

 

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE