O Ministério do Trabalho e Emprego confirmou que pelo menos quatro trabalhadores que estavam submetidos a situações análogas as de escravo, em condições degradantes de trabalho, de saúde e de vida, foram resgatados de uma fazenda em Nova Monte Verde. De acordo com o grupo de fiscalização, a fazenda possui área total de 14.557 hectares, com aproximadamente 5 mil cabeças de gado. Os empregados foram contratados no escritório da fazenda, instalado em Alta Floresta, para aplicarem veneno (agrotóxico) nas pastagens, sob a fiscalização do capataz da fazenda. A atividade era desenvolvida pelos obreiros sem capacitação e sem os EPI`s adequados.
Os empregados estavam abrigados em um alojamento de madeira que não oferecia as condições mínimas necessárias. O banho era tomado no córrego e, como o sanitário estava desativado, os trabalhadores eram obrigados a realizarem suas necessidades fisiológicas no mato. O empregador não fornecia alimentação e a água utilizada, tanto para consumo quanto para o preparo das refeições, não passava por qualquer tratamento e era retirada de um poço a céu aberto localizado ao lado de um córrego próximo, onde os trabalhadores também lavavam suas roupas contaminadas com agrotóxico. Os trabalhadores estavam sem carteiras assinadas e não foram submetidos a exames médicos admissionais. Também foram constatadas outras irregularidades objeto de autuações.
O pagamento das verbas rescisórias aos profissionais atingiu R$ 11,3 mil. Além disso, foram lavrados 20 autos de infração. Após a regularização dos direitos trabalhistas, os resgatados foram cadastrados no Projeto Ação Integrada, desenvolvido pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso em parceria com outros órgãos (Ministério Público do Trabalho e Universidade Federal de Mato Grosso), e que visa a qualificação e reinserção, no mercado de trabalho formal, de trabalhadores egressos do Trabalho Análogo ao de Escravo.
Conforme Só Notícias informou, no início de junho, pelo menos 12 pessoas que estavam trabalhando em condições degradantes no Estado também foram resgatadas. O fato ocorreu em Castanheira, localizada aproximadamente 800 km de Cuiabá. Os profissionais também tiveram a regularização dos direitos trabalhistas e foram inscritos no projeto Ação Integrada.