quarta-feira, 24/abril/2024
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Trabalhadores dos Correios entram em greve em Mato Grosso e reduzem atendimentos

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Só Notícias/David Murba (atualizada às 15h38, em 19/08)

O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Mato Grosso (Sintect) confirmou, há pouco, ao Só Notícias, que a categoria entrou em greve cobrando “manutenção do acordo salarial, realização de concurso público e contra a privatização da empresa”. O diretor do sindicato, Alexandre Aragão expôs que esse é o último recurso para garantir o direito dos trabalhadores. Apenas 30% do efetivo está sendo mantido nas unidades. Sobre os cortes previstos, o Sintect disse que estão inclusos o adicional de férias, o tíquete alimentação, redução da licença maternidade que é de 180 dias (seis meses), passaria para 120 (quatro meses), redução no adicional noturno de 60% para 20%, pagamento de multas dos funcionários e o vale-cultura e a indenização por morte ou invalidez.

Ainda segundo o sindicato, os cortes vão atingir também direitos definidos nas cláusulas que tratam do assédio sexual e moral dentro da empresa, da promoção da equidade racial e enfrentamento ao racismo, valorização da diversidade humana e respeito às diferenças, enfrentamento à violência à mulher, da comissão interna de prevenção de acidente (CIPA), as horas extras e auxílio para dependentes com deficiência.

“A diretoria dos Correios quer eliminar 70 das 79 cláusulas do acordo, ainda em vigência, assinado com intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no Dissídio Coletivo instaurado a pedido da própria empresa em 2019. O único objeto dos Correios é acabar com direitos conquistados ao longo dos anos, com uma canetada, a empresa não admite que os trabalhadores tenham direito”, apontou o diretor Alexandre Aragão.

De ainda de acordo com Aragão, com a retirada das cláusulas os funcionários receberão apenas o salário-base de R$ 1,7 mil. “Os trabalhadores não têm privilégio, eles têm direitos conquistados com muita luta, suor e sangue. A luta é “pela vida, por direitos e emprego”.

Outro lado
Em nota, a assessoria dos Correios informou que a paralisação parcial dos empregados não afeta os serviços de atendimento da estatal. Levantamento parcial, realizado na terça-feira, mostrou que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia. Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Diversas comunicações inverídicas e descontextualizadas foram veiculadas, com o intuito apenas de provocar confusão nos empregados acerca dos termos da proposta. À empresa, coube trazer as reais informações ao seu efetivo: nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado.

Os trabalhadores continuam tendo acesso ao benefício do Auxílio-creche, para dependentes com até 5 anos de idade. Os tíquetes refeição e alimentação também continuam sendo pagos, conforme previsto na legislação que rege o tema, sendo as quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada empregado: 22 tíquetes para quem trabalha de segunda a sexta-feira e 26 tíquetes para os empregados que trabalham inclusive aos sábados ou domingos.

A secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

Um movimento paredista agrava ainda mais a debilitada situação econômica da estatal. Diante deste cenário, a instituição confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, para trazer o mínimo de prejuízo possível para a população, especialmente neste momento de pandemia, em que a atuação dos Correios é ainda mais essencial para o Brasil.

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