Decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam que o governo gasta muito e mal quando o assunto são as rodovias federais. O governo Luiz Inácio Lula da Silva investiu R$ 4,9 bilhões na manutenção das rodovias federais (as BRs) desde 2003, mas não conseguiu deixá-las em boa condição de tráfego – 69% dos trechos estão em condição ruim ou regular. A União tem engordado ano a ano seus gastos com a manutenção dessas estradas.
O maior exemplo disso foi a operação tapa-buracos, deflagrada em janeiro deste ano, ao custo aproximado de R$ 500 milhões, para recuperar 27 mil quilômetros de estradas. Na ocasião, o presidente foi acusado pela oposição de fazer uso eleitoral da iniciativa e ainda teve os contratos devassados por técnicos do TCU.
Numa análise feita nos 101 contratos da operação tapa-buracos, em 48 foram encontrados indícios de “irregularidades graves”, na avaliação do TCU. Em Mato Grosso, foi revelado que o contrato para a recuperação de dois trechos da malha – relativos à BR-070 e à BR-174 – foi assinado somente após as obras serem executadas.
Concluiu-se que a operação foi um desperdício de dinheiro, pois havia custos superestimados, uso de material de má qualidade – boa parte do asfalto voltou a apresentar problemas após pouco tempo – e faltava fiscalização das obras.