Sustentabilidade é a tendência da nova economia. Não se trata de uma onda ou moda, que passa, mas que permanecerá. As ações de cada indivíduo hoje, refletem no mundo e o que consome é porque alguma indústria produziu. Desse modo, para que os negócios continuem crescendo, gerando emprego e renda precisam se adequar as práticas sustentáveis. O assunto foi destaque na última palestra promovida pelo Sebrae/MT e Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), no Espaço do Saber da Feira Internacional do Pantanal, no sábado (22.04). A programação da Fit começou no dia 20 e termina neste domingo (23.04), abordando o tema ‘Turismo sustentável para o desenvolvimento’.
“A aventura humana na terra foi um sucesso, mas apesar dos pontos positivos, como o avanço tecnológico e o aumento da expectativa de vida, também apresenta outros negativos. A geração de resíduos e as mudanças climáticas são alguns deles. A nova economia, aliada ao meio ambiente não muda, é uma questão de sobrevivência”, pontuou a gestora Renata Taques, que atua no Centro de Sustentabilidade do Sebrae/MT e ministrou o tema “Sustentabilidade como diferencial competitivo ‘água, resíduo e energia’.
Quem mais sofre nesse contexto são os micros e pequenos empreendedores que representam 99% dos negócios no Brasil, pois tem dificuldades de recursos para gerenciar os riscos, muitos deles causados pelo desperdício ou mau uso dos recursos hídricos e de energia. Os segmentos que usam a água como matéria prima são os mais afetados.
Na área de turismo também são implementadas mudanças de comportamento. A tendência é a economia do compartilhamento para gerar economia na cadeia produtiva. Já existem hospedagem colaborativa, praticada por pessoas que querem vivenciar experiências não só de lugares, mas com outras pessoas. Esse conceito de turismo sustentável tem a proposta de atingir a geração atual, que está sempre ligada em tudo, por meio da tecnologia, portanto, acessível a mudanças.
Os negócios tradicionais, segundo a palestrante, precisam saber como sobreviver no futuro. “Respeitar a natureza é o melhor caminho para a rentabilidade. Quem tem essa pegada economiza até com a mídia, que vem espontaneamente”, pontuou Renata, ao citar a Pousada Encantos da Terra, no Rio Grande do Sul e a Cristalino Jungle Lodge, em Alta Floresta (MT).
Portanto, sustentabilidade é um tripé, que envolve meio ambiente, economia e social. Quando na verdade, só se fala em sustentabilidade ambiental. “Uma empresa para ser sustentável precisa minimizar impactos e ter dinheiro em caixa. O social é geração de renda, a comunidade do entorno precisa sentir isso através das ações locais que são custeadas pela empresa. Recurso que pode ser fruto de economias que escapavam com os desperdícios”, frisou Renata.
Mas existem estágios para a aplicação da sustentabilidade, que vão desde o pré cumprimento legal (quando o empresário percebe que não faz nada nessa questão, não tem licenciamento ambiental para exercer atividade), depois vai além do cumprimento legal (vê que a captação de água, por exemplo, deu certo) e passa para estratégia integrada e finalmente o propósito e paixão, onde reconhece que mudou a vida e expandiu o negócio.
Lavanderias que aderiram ao reaproveitamento de água ampliaram o atendimento em 70%, sendo que antes de adotar o procedimento estavam dispensando clientes por falta de capacidade hídrica.