Deve ser lançado, ainda nesta semana, o edital para contratação de uma Organização Social de Saúde (OSS) que vai gerir o Hospital Regional de Sorriso. Depois de escolhida a empresa, o hospital deixa de ser gerido pelo Estado e pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Teles Pires, e começa a ser administrado pela OSS. A previsão é de que a mudança aconteça logo no início do próximo ano.
Mas, antes de lançar o edital, uma equipe de técnicos da Secretaria de Estado de Saúde acompanhou, por cerca de 30 dias, os trabalhos desenvolvidos no hospital. Eles fizeram um levantamento para saber qual a capacidade da unidade de saúde, o patrimônio, número de atendimentos, entre outros quesitos.
"Este levantamento foi para saber o que o Estado vai precisar contratar, ou seja, deve ser firmado com a empresa contratada um número "x" de cirurgias por mês, um número exato de exames, para então fazer o pagamento pelo serviço. Se a empresa for contratada para fazer 500 cirurgias por mês, mas ela só fazer 300, ela só vai receber do Estado o número de operações feitas, ou se fizer acima do que for firmado em contrato ela deve receber um adicional", explicou a diretora geral do Hospital, Rejane Portrich Zen.
Ao todo, o hospital realiza cerca de 1,8 mil atendimentos ambulatoriais e de 250 cirurgias por mês. Atualmente aproximadamente 500 servidores atuam na unidade de saúde, desses, cerca de 230 são concursados. Incluídos aos 500 servidores, ainda há três empresas que realizam serviços terceirizados, da vigilância, lavanderia, limpeza e desintoxicação. Esses chegam a somar 80 colaboradores.
Segundo a diretora, quem é concursado não corre o risco de ser demitido, já o emprego dos contratados é instável. Para Rejane, vai depender muito de como será a avaliação da OSS contratada. "Se eles acharem que a quantidade de médicos é suficiente, não devem ser contratados novos, mas se achar que têm médicos contratados sobrando, eles podem ser demitidos sim, mas quem trabalha bem, cumpre com suas funções, não precisa se preocupar".
Na opinião da diretora, a Organização Social de Saúde deve vir para melhorar a gestão do Hospital. Ela afirma que a privatização da gerência deve agilizar os serviços, pois a relação privado/público exige menos burocracia.
"Hoje o que mais nos atrapalha é o excesso de burocracia, precisamos prestar contas ao governo. Agora a empresa ficará isenta de uma série de regras, diferente do sistema público, o que deve dar mais agilidade ao atendimento. E está celeridade no processo, deve ser repassada e sentida em breve pela população", defende Rejane. Ela acrescenta ainda que mesmo que a gestão se torna terceirizada, a unidade continua sendo do Sistema Único de Saúde (SUS), portanto, gratuita.