O caminhoneiro Regivaldo Cardoso, que teve três filhas e a esposa assassinadas, se disse satisfeito com a condenação de 225 anos do réu Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 34 anos, ontem à noite. O julgamento ocorreu ontem em Sorriso e durou cerca de 10 horas. “Uma sentença muito boa, todos os juradores foram unânimes na condenação do réu, o juiz também foi certeiro na sentença. Ele vai cumprir esses 40 anos que é o devido, e com certeza não vai colocar o pé dele nunca mais fora da cadeia. Estou satisfeito, não muda para a gente, não vai trazê-las de volta, não vai diminuir o sofrimento e a saudade, mas a justiça foi feita. Agradeço muito a Deus e a todos que participaram”, disse após o júri. Gilberto foi condenado por invadir a casa e matar Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, 19, Manuela Calvi Cardoso, 12 e Melissa Calvi Cardoso, 10. A chacina, que causou comoção nacional, foi em novembro de 2023.
O advogado da família, Conrado Pavelski, também avaliou a sentença. “Achei justissímo. Ele poderia pegar 500 anos, mas jamais traria de volta as meninas e a esposa do Régis, mas dentro daquilo que foi demonstrado hoje, excelente trabalho do doutor Luiz Fernando (promotor), foi uma pena justa por aquilo que ele cometeu”.
O promotor de justiça Luiz Fernando Rossi Pipino avaliou o crime como o episódio mais assombroso do país. “Estou no Ministério Público desde abril de 2009 e, desde o início da carreira, eu oficio no tribunal do júri e nesses 16 anos nunca presenciei tanta maldade, nunca tinha me deparado com a maldade num estado bruto, em pessoa e personificada. Não tenho dúvida de que é a cena mais aterrorizante, episódio mais assombroso da nossa cidade, do nosso Estado e tenho certeza que do país. A justiça dos homens foi feita”.
O juiz Rafael Deprá Panichella falou sobre o júri e também destacou a rapidez do julgamento, mesmo diante complexidade do caso. “Era um plenário que a gente tinha publicidade restrita, tínhamos que ter um cuidado a mais relacionado à vítima e isso foi preservado ao mesmo tempo em que foi dada todas as informações possíveis para a população. O trabalho foi bem feito, apesar da complexidade do caso, foi um processo que foi rápido, apesar de ter sido um ano e pouquinho, mas de acordo com a complexidade e com as questões processuais, foi dada resposta rápida”.
Gilberto acompanhou parcialmente a videoconferência da Penitenciaria Central do Estado, onde está preso desde a época do crime. Ele não quis falar durante o julgamento e deixou de acompanhar antes do fim. Ele foi condenado pelos quatro homicídios com todas as qualificadoras e pelos crimes de estupro.
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