O secretário estadual de Meio Ambiente (Sema), André Baby, esteve reunido, ontem à noite, com empresários do ramo de cerâmicas e materiais de construção e garantiu que não vai liberar a demolição da ponte de madeira no rio Teles Pires, conhecida como ‘Machado’, com mais de 110 metros de extensão, na estrada Irene, a cerca de 20 quilômetros do centro de Sinop enquanto Usina Hidrelétrica Sinop não apresentar documentos, atualizados e algumas pendências que ainda faltam para a inundação da área.
Os ceramistas são contra a interdição porque utilizam a ponte para ter acesso a uma jazida de argila, para buscar matéria-prima para a produção de tijolos e, se interditada, terão que pegar uma rota alternativa pela MT-220, aumentando, em média, 100 quilômetros. Outra reivindicação dos empresários é a abertura de 5 novas jazidas prometidas pela empresa que, até agora, não foram abertas.
De acordo com o empresário Mário Antônio Canaver, em Sinop cinco jazidas estão bloqueadas devido a desacordo comercial entre o proprietário e a empresa e em duas são feitas as extrações. Porém, uma será inundada e com isso alterará o lençol freático da outra e a argila não será de boa qualidade para a fabricação, além do aumento no custo se tiverem que pegar a MT-220. “Ainda não tem nenhuma solução em vista. Não tivemos prejuízo ainda, porém, o mercado está muito estável, como toda esta situação sem saber o que pode acontecer. Hoje, dois caminhões atendem minha demanda por dia. Na outra rota seriam necessários de 4 a 5 , impacto que também atingirá as lojas de construção da cidade”.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Márcio Kreibich, com a demolição da ponte, a demanda de argila vai diminuir e criar um caos na construção civil do município. “A economia de Sinop também gira em torna da construção e nós não podemos permitir um colapso por falta de tijolos que gera tantos empregos. Temos que achar uma solução”.
Além do secretário e empresários estiveram presentes na reunião o deputado federal Nilson Leitão e alguns vereadores.
No mês passado, a empresa chegou a interditar por um dia a ponte. houve reunião com vereadores, diretores da usina, empresários que utilizam a ponte e foi alegado que a demolição é uma exigência da Agência Nacional de Águas (ANA). Porém, a passagem foi liberada no outro dia.