Um projeto desenvolvido na UFMT Campus Sinop pode transformar a produção de mudas em viveiros florestais. Coordenado pelo professor do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais (ICAA), Pedro Simões, o projeto Ecotubete propõe substituir os tradicionais tubetes plásticos por uma versão biodegradável, de baixo custo e menor impacto ambiental, reduzindo o uso de plástico na silvicultura brasileira.
Os estudos começaram no segundo semestre do ano passado, com apoio do Escritório de Inovação Tecnológica da UFMT e da Fapemat. A ideia surgiu da necessidade de diminuir o descarte e o retrabalho gerado pelos milhões de tubetes plásticos usados anualmente. “Apesar de o plástico ser barato e reutilizável, ele precisa passar por lavagem e esterilização a cada ciclo, com alto consumo de água e energia”.
O Ecotubete busca uma solução prática e ecológica: um recipiente biodegradável que pode ser plantado com a muda, sem necessidade de remoção. “Quando a muda vai ao campo, o produtor planta direto e o material se decompõe naturalmente no solo”, detalhou, através da assessoria.
Produzido com ceras vegetais, como as de soja e palma, combinadas a resíduos naturais — palha de arroz, fibra de coco e pó de serra — o tubete mantém resistência durante o cultivo e, depois, beneficia o solo ao se decompor. “A cera vegetal serve de alimento para micro-organismos, fortalecendo a fertilidade”.
Além do impacto ambiental, o projeto pode reduzir o tempo de produção das mudas, de até 120 para cerca de 80 dias, permitindo a produção de um lote extra por ano. Embora o custo atual seja um pouco maior, a equipe acredita que a produção em escala equilibrará os valores e compensará pela economia de tempo e mão de obra.
O projeto envolve também estudantes, como Suellen Karine de Paula, do 7º semestre de Engenharia Florestal, que atua desde o início. “Aprendi muito sobre persistência e pesquisa. Hoje já conseguimos desenvolver diferentes modelos e testamos resistência e biodegradabilidade”.
Atualmente na segunda fase de experimentação, o Ecotubete deve avançar para testes de campo e, em breve, poderá chegar ao mercado, fortalecendo uma silvicultura mais sustentável.
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