Os integrantes do Movimento Sem Terra (MST) desbloquearam, por volta das 17h30, a BR-163, no quilômetro 890, a cerca de 30 quilômetros de Sinop, sentido Itaúba. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), há a intenção dos manifestantes em voltar a trancar a rodovia federal amanhã, por volta das 6h.
O manifesto iniciou, hoje pela manhã, e o tráfego foi liberado por duas horas, entre às 11h50 até às 14h. Depois, o MST voltou a trancar a rodovia, liberando no final do dia. De acordo com um policial rodoviário federal, não houve qualquer tipo de incidente durante o trancamento da pista. Pela manhã, houve congestionamento de 3 quilômetros nos dois sentidos. No período da tarde, não foi confirmado. Um caminho alternativo é por estradas vicinais em Claudia, passando próximo ao assentamento Zumbi dos Palmares e um trecho da MT-423.
O coordenador do movimento, Marciano da Silva, já havia sinalizado, anteriormente, que o bloqueio seria para cobrar do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) agilidade no cumprimento do acordo firmado, que resultou na suspensão dos bloqueios no final de junho. Eles também protestam contra o leilão da usina de Sinop, marcada para o dia 29, antes que assentados atingidos sejam indenizados.
Conforme Só Notícias já informou, uma das definições no acordo feito com o Incra foi a visita de técnicos no assentamento 12 de Outubro para agilização da regularização fundiária. Ela realmente aconteceu, mas, segundo Marciano, deixou a desejar. “Eles vieram e não ficaram 30 minutos no local. Vimos que tudo vai continuar do mesmo jeito”, destacou. Cerca de 200 famílias residem no assentamento.
Em relação a usina, Marciano frisou que a preocupação é que a empresa que vencer o leilão, acabe retirando as famílias atingidas do local. “Isso sem terem direito a indenização, porque não há documentação das terras, pois o Incra não agiliza”. A intenção é o que o certame só aconteça após serem definidas as compensações às famílias.
As reclamações também ficam por conta de outros assentamentos da região que ainda não contam com energia elétrica. No caso do Zumbi do Palmares, em Claudia, a situação é mais crítica, segundo Marciano. Famílias podem ser despejadas da área em litígio.