O Ministério Público informou, há pouco, que Cléia Rosa dos Santos Bueno, Adriano dos Santos e José Graciliano dos Santos recorreram da sentença condenatória e a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso nãoo acatou e manteve as penas aplicadas no júri popular em Sinop na condenação por homicídio.
O MP foi contrário a reduzir as penas, definidas em julho do ano passado. Cleia, conhecida como “Viúva negra”, foi condenada de 44 anos de reclusão pelas mortes do marido Jandirlei Alves Bueno e do amante Adriano Gino, além da ocultação de cadáver do amante. Adriano dos Santos e José Graciliano dos Santos foram condenados pela morte e ocultação de cadáver de Adriano Gino, respectivamente, a 13 anos e a 16 anos de reclusão.
Todas as teses da defesa foram rejeitadas pelo relator do processo, desembargador Gilberto Giraldelli. O MP argumentou que as mídias de gravação da sessão de julgamento comprovam que o réu José Graciliano dos Santos foi cientificado pelo juízo em plenário do seu direito constitucional de permanecer em silêncio e optou por apresentar sua versão dos fatos. Acrescentou que, após oportunizado pelo juízo ao Ministério Público a possibilidade de formular perguntas, o apelante se manteve em silêncio e que, na sequência, respondeu espontaneamente aos questionamentos realizados pela defesa, confessando a prática do homicídio triplamente qualificado contra Adriano Gino.
Em outubro de 2016, a promotoria de Justiça e a investigação da Polícia Civil concluíram que, a mando de Cleia Rosa Bueno, Adriano Gino e outro pessoa não identificado mataram o marido dela, Jandirlei Bueno, com golpes de faca. Em dezembro de 2017, também a mando de Cleia, que pretendia ocultar o crime anterior, Adriano dos Santos e José Graciliano dos Santos mataram o amante Adriano Gino, com golpes de enxada.
Segundo apurado durante as investigações, Cleia Rosa e Jandirlei passavam por uma crise conjugal quando ela facilitou a entrada do amante em casa para assassinar o marido, simulando um latrocínio. Com o falecimento do marido, Cleia e Adriano passaram a morar juntos e, após alguns meses, a relação estremeceu e ele passou a ameaçá-la em caso de separação. Assim, tempos depois ela dopou o companheiro e acionou Adriano dos Santos e José Graciliano para matá-lo enquanto dormia.
Atuaram no júri os promotores de Justiça Carina Sfredo Dalmolin, de Sinop, e Luiz Fernando Rossi Pipino, de Sorriso, informa a assessoria.