Foram 10 anos em tratamento contra o câncer de mama, segundo a jornalista e escritora sinopense, Maria da Paz Sabino, de 53 anos, que contou ao Só Notícias sua trajetória e complicações durante as fases dessa doença, mais incidente entre mulheres, que a levou a criar a literatura carregada de esperanças, intitulada o “Câncer Salvou Minha Vida”.
“Eu descobri que estava adoecendo em 2009, o diagnóstico foi feito em Sinop e eu fui enviada para Cuiabá no Hospital do Câncer. Nesse período tive que passar por duas cirurgias, procedimentos pós-operatórios e seguir um regime de tratamentos dolorosos (quimioterapia e radioterapia). As dores físicas duraram mais ou menos um ano e meio, não podendo se esforçar, pela perda de sangue e emagrecimento”, descreveu Maria.
Pensamentos negativos eram frequentes. “Foi entristecedor seguir com esse sentimento que a morte estava rondando. Isso não ocorre somente comigo, mas é algo compartilhado por todos os pacientes, que nesse processo de incertezas tentam tirar dúvidas com os médicos. Nos dizem para confiar, mas sem falar abertamente que você será curado”.
Quanto à vida pessoal, a escritora relatou que havia somente duas opções. “Deixar que a condição me vencesse ou lutar, então após os tratamentos iniciais, fingi como se nada estivesse acontecendo, continue trabalhando como jornalista e tocando as coisas”.
A ideia para o livro surgiu como uma biografia, onde pouco depois da descoberta de seu quadro clínico, passou a fazer “alguns escritos para deixar uma recordação. Nessa primeira versão escrevi muito sobre mim, minhas perspectivas, pessoas e também sobre a doença”.
Passados cerca de três anos e apresentando melhoras em sua saúde, a autora buscou dar um novo sentido à história. “Acabou se tornando um livro muito longo então o deixe mais enxuto e comecei a mudar o contexto, mantendo os relatos como eram, mas transformando em uma forma de incentivo para aqueles que buscam a cura”.
Com a conclusão do que chamou de “o ciclo de cura”, o Câncer Salvou Minha Vida foi lançado por Sabino em 2018, e relançado recentemente, vendendo mais de mil cópias. “São em condições como essas que percebemos que não somos nada, então o câncer salvou minha vida me transformando, me tornando uma pessoa melhor e que passou a observar mais os outros, com empatia”, concluiu.
