Equipes da Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o “Ferrugem”, trabalham na organização das áreas afetadas pela rebelião que ocorreu na unidade entre terça e quarta-feira (11 e 12) desta semana. Reeducandos que atuam nas atividades intramuros estão trabalhando nos reparos emergenciais em estruturas da penitenciária, como a reconstrução de paredes e soldamento de grades e portas.
O trabalho de rescaldo nos raios atingidos foi iniciado na tarde de quarta-feira (12), após o encaminhamento dos presos para revista e contagem nominal nas quadras externas da carceragem. Foram removidos todos os entulhos, objetos quebrados e realizada triagem nos colchões e roupas que podem ser reutilizados. Todo o trabalho é coordenado por agentes do presídio com apoio de outros profissionais do Sistema Penitenciário.
A rebelião na penitenciária de Sinop terminou de forma pacífica na manhã de quarta-feira (12), depois que os presos entregaram as armas e se renderam, após intermediação do comitê de crise criado por representantes do Sistema Penitenciário e Forças de Segurança do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Defensoria Pública.
No total, 27 presos ficaram feridos nos confrontos. Eles foram socorridos, com os casos mais graves sendo encaminhados ao Hospital Regional de Sinop e os outros atendidos pela equipe de saúde na própria penitenciária. Das armas entregues pelos detentos após a rendição, uma é de fogo e as outras são artesanais.
Cinco detentos foram mortos, quatro em confronto entre eles e um sofreu infarto durante a rebelião, foi socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu. De acordo com a assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) as identidades confirmadas dos mortos são: Bruno Aparecido Bezerra Bueno, 21 anos; Reginaldo Agostinho, 31 anos; Marcelo Viturião Carvalho, 22 anos; Isauro Pedro Gonçalves, 69 anos, e Raimundo Rocha, 52 anos.
Raimundo morreu por infarto e, conforme a secretaria, havia sido identificado erroneamente no Instituto Médico Legal (IML) de Sinop por familiares de outro detento. Segundo a Sejudh, os detentos respondiam por homicídio, latrocínio, tráfico de drogas, crime sexual e tentativa de homicídio.
A rebelião terminou por volta das 11h de quarta-feira e começou entre 5h30 e 6h da terça-feira. Os presos começaram a bater nas grades no momento em que os agentes penitenciários se preparavam para a troca de serviço. Agentes que estavam nas torres de vigilância observaram uma movimentação estranha e quando foram verificar o que estava acontecendo no raio Azul, foram recebidos com disparos de arma de fogo. Mesmo diante do confronto, os agentes não recuaram. “Essa posição foi fundamental para que os detentos não tomassem toda a unidade, evitando que se espalhasse para outras áreas do presídio”, explicou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira Junior.
A segurança foi reforçada dentro da penitenciária e também no perímetro externo para garantir a ordem na entrada da unidade e evitar outras ocorrências. Durante todo o período permaneceram dentro da unidade, agentes penitenciários, Serviço de Operações Penitenciárias Especializadas (SOE), policiais da Ronda Ostensiva Tática Móvel, Força Tática, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.