O advogado Alexandre Gonçalves entra, ainda nesta semana, com pedido de nulidade do processo que denuncia um esquema de suborno para funcionamento do jogo do bicho no Estado, e que resultou na prisão do delegado de Sinop, Richard Damasceno Ferreira Lage, em outubro passado.
Gonçalves quer a nulidade de todas as decisões da juíza de Cláudia, Virginia Viana Arrais, que preside o caso, e apresentará provas documentais que tornam a magistrada suspeita para o processo. Foi Virginia quem determinou a prisão de Richard e outras 15 pessoas.
Só Notícias teve acesso a uma das provas que será apresentada pelo advogado. É a cópia do depoimento da juíza à polícia de Tangará da Serra, datada em 7 de julho de 1989, sobre o assassinato de seu pai. Neste, Virginia, ainda menor, relata que seu pai trabalhava com o jogo do bicho e que temia represálias do grupo Colibri. “Não estou condenado, mas esse fato coloca a juíza como suspeita”, ponderou o advogado.
Richard foi acusado de receber propina do grupo de João Arcanjo Ribeiro para coibir que outros grupos atuassem na região de Sinop. Ele e a delegada de Cláudia, Helena Heloisa Miranda, coordenaram uma operação, em Claudia, visando coibir o jogo do bicho. A defesa alega que os dois só cumpriram ordens superiores.
Virginia saiu de férias e o processo foi encaminhado para Sinop, mas, até o momento, nenhum juiz assumiu o caso, alegando-se suspeitos para julgá-lo. O pedido da defesa será analisado pelo TJ.
Além da nulidade, a defesa vai entrar com novo pedido de liberdade do delegado. Outros três já foram negados. O último no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). “Vou entrar com novo hábeas corpus no Tribunal de Justiça pedindo reconsideração da liminar do último pedido”, completou Alexandre Gonçalves.
Outro lado
Só Notícias entrou em contato no fórum de Cláudia, mas foi informada pela responsável pelo gabinete que a juíza Virginia Arrais fez uma cirurgia e só retorna ao trabalho em 1º de março.