Representantes do Conselho Municipal do Meio Ambiente protocolarão hoje, na SEMA, pedido para adiar a audiência pública prevista para o dia 23, que discutirá assuntos relacionados a instalação da usina hidrelétrica que deverá ser implantada na bacia do rio Teles Pires, que causará alagamento de muitas áreas. A decisão ocorreu ontem, durante reunião. “Já fomos ao Ministério Público que também deliberou dando o respaldo [para o adiamento]”, explicou ao Só Notícias, o secretário de Meio Ambiente, Rogério Rodrigues. “Vamos exigir todos os estudos prévios que foram feitos, levantamentos, toda a parte técnica que foi coletada ao longo do rio”, disse. De acordo com o secretário, ontem foi formada comissão que se responsabilizará pela avaliação dos documentos. “É um grupo de trabalho para tratar da parte impacto ambiental, social e econômico. Pois são muitos questionamentos que nós, com os estudos, se é que existem, vamos analisar, inclusive o contexto jurídico”, acrescentou.
Rodrigues destacou ainda que a Secretaria deverá se responsabilizar para sanar as dúvidas referentes a Gleba Mercedes (área que deve ser alagada com a construção da usina). “Vamos analisar todos os problemas, principalmente com a Gleba Mercedes, incluindo as questões de indenizações”, disse. Segundo o secretário, deve ser buscado apoio de entidades (como a OAB) para a avaliar o projeto e aspectos jurídicas. Com as universidades, serão analisados os estudos técnicos.
Conforme Só Notícias informou, a obra será edificada na região do Castanhal, entre os municípios de Itaúba e Claudia, nas proximidades da fazenda Primavera. O lago deverá se formar em uma área de 30 mil hectares. Cerca 20 mil hectares são no município de Sinop (incluindo a Gleba Mercedes) e 10 mil em Itaúba, Claudia, Ipiranga do Norte e Sorriso. Cerca de 11 mil hectares são de áreas produtivas, com agricultura e pecuária. A previsão é de que mais 3 mil hectares sejam usados (100 metros das margens) como área de preservação permanente, depois da barragem cheia.
As obras estão previstas para iniciar em 2012, gerando 3 mil empregos durante a construção. O investimento na usina hidrelétrica em Sinop será de aproximadamente R$ 2 bilhões incluindo as indenizações, além da edificação de uma nova ponte na MT-220 -Sinop-Juara- pois a atual esta em nível abaixo de onde ficará a represa e será coberta pelas águas.
A série de audiências está programada, inicialmente, para os dias 21 a 24, seguindo pelas cidades de Ipiranga do Norte, Sorriso, Sinop, Itaúba e Claudia, que serão atingidas pelo alagamento.