Voluntários e apoiadores da Associação Protetora de Animais do Município de Sinop estão se mobilizando para irem, esta noite, à câmara municipal, "para reivindicar do poder público (apoio financeiro) o que o prefeito em seu gabinete prometeu, mês passado e até agora não passou de promessas" para que a entidade continue cuidando de cães e gatos, sem donos, em seu abrigo. A direção cogita fechar as portas, a partir de amanhã, se não houver apoio financeiro para bancar as despesas.
Conforme Só Notícias informou, em primeira mão, uma diretora da entidade, que pediu para não ser identificada, disse que a situação da entidade é crítica. O custo mensal, para cuidar de aproximadamente 140 animais, gira em torno de R$ 50 mil. "Foi pedido para a prefeitura que fizesse esse repasse, considerando que a entidade está resolvendo um problema de saúde pública, abrigando e cuidando de cães e gatos que poderiam estar pelas ruas com risco de atacar pessoas e transmitir doenças. A APAMS tem diversos voluntários, que trabalham sem ganhar nada, e praticamente a totalidade das despesas é bancada pela presidente Luciane Chiarello, que está frustrada e decepcionada com a falta de apoio do poder público para a entidade", relatou a diretora.
"Houve contato da presidente, em dezembro, com o prefeito Juarez Costa que prometeu resolver o assunto. Mas, até agora, não foi repassado nem um centavo. E, de janeiro até agora, os gastos da APAMS passaram de R$ 150 mil". Ainda de acordo com a diretora, no começo da semana, houve outro contato da presidente com o prefeito cobrando apoio financeiro mas não houve resposta.
"Temos um carro rodando o tempo todo, recolhendo animais abandonados ou que foram atropelados e verificando denúncias de maus tratos. A prefeitura e a câmara nem imaginam a dimensão do trabalho da entidade, que é feito com muito carinho. Já estamos, há anos, fazendo a obrigação do poder público sem cobrar um tostão e recebendo migalhas. É muita falta de respeito e consideração da prefeitura com o trabalho da entidade", criticou a diretora.
Entidade sem fins lucrativos, a APAMS tem 7 funcionários, registrados, e também acaba pagando impostos. Além dos 140 animais no abrigo, a entidade auxilia em torno de 50 que estão em lares temporários porque as instalações da entidade permanecem lotadas. "Se a diretoria renunciar, o problema vai ficar para a prefeitura administrar. Quem vai cuidar desses animais ?", conclui.
Ano passado, a prefeitura repassou R$ 8 mil mensais, durante 12 meses, para ajudar nas despesas. Este ano, não houve repasse.
Outro lado
O secretário de Governo, José Pedro Serafini, disse anteriormente, ao Só Notícias, que não há convênio entre prefeitura e APAMS em vigor neste momento. "A prefeitura não deve nada para nenhuma entidade conveniada. Todos os repasses estão rigorosamente em dias. O que existe, em relação a APAMS, é um compromisso de firmar um convênio com recursos devolvidos da câmara. Isso está em análise. Além disso, foi celebrado um termo entre prefeitura e Companhia Energética Sinop (CES) para destinar um recurso para uma central de zoonoses, que ainda não tem data para ser construída".