A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim (foto), revogou a prisão preventiva de A.R., 20 anos, acusado de pilotar uma moto levando um adolescente na garupa, o qual teria supostamente matado, a tiros, Cristhofher Lucas Fernandes, 20 anos, no início de fevereiro, no bairro Boa Esperança. Apesar de considerar que há provas e indícios suficientes de autoria do crime, a magistrada apontou que não vislumbra mais os requisitos elencados no Código Processual Penal (CPP) para manutenção da segregação do acusado.
Em contrapartida, Rosângela determinou que o acusado compareça mensalmente ao Fórum para “informar e justificar suas atividades”. O réu também ficará impedido de sair de Sinop, sem prévia autorização da justiça. O oficial de justiça deu cumprimento ao alvará de soltura e o suspeito já foi libertado do presídio Osvaldo Florentino Leite, “o Ferrugem”, onde estava preso desde o dia do crime.
De acordo com investigadores, Cristhopher voltava para casa, à pé, acompanhado da namorada e da cunhada, quando foi enquadrado pelos suspeitos. O jovem de 20 e um adolescente são acusados de ter cometido o crime. Os dois estariam de moto, sendo que o menor teria supostamente disparado quatro tiros, um deles atingindo a cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e teve a morte cerebral constatada um dia depois.
A namorada de Cristhofher disse em depoimento que o crime foi motivado por um desentendimento entre a vítima e o adolescente. Segundo ela, poucos antes do assassinato, o namorado se encontrou com o suspeito em um mercado. O adolescente teria dito que a mulher de Cristhofher era uma “vagabunda” e que “a pegaria a hora que quisesse”. A vítima teria ido tirar satisfação com o suposto agressor, o que teria motivado a execução.
O adolescente confessou o assassinato e disse que temia por sua vida. Ele relatou que viu a vítima passando e disparou uma vez. Em seguida, efetuou mais três disparos. O menor ainda isentou o piloto da moto e disse que este não sabia de suas intenções, uma vez que teria apenas solicitado que ele o levasse até a casa de uma tia, sem mencionar a intenção de matar Christopher.
O réu será levado à júri popular, ainda sem data definida. Já o adolescente será responsabilizado em ato infracional. Pouco após o crime, a Polícia Civil apreendeu o menor e deteve o jovem. Com eles, os investigadores encontraram um revólver calibre 38, supostamente utilizado para matar a vítima, e roupas usadas pelos suspeitos que batem com a descrição apresentada por testemunhas no dia do crime.