O Corpo de Bombeiros de Sinop recebe em média 1,2 mil chamadas mensais. Desse total, aproximadamente 80% (960) são trote. A informação é do sargento Pitágoras Silva Bezerra. Segundo ele, muitas vezes as viaturas se deslocam em razão de uma solicitação falsa enquanto outra verdadeira deixa de ser atendida. “Temos duas viaturas, uma de combate à incêndio e uma unidade de resgate. Em caso de trote ficamos com o atendimento comprometido”, explicou.
As informações são complementadas pelo soldado Cláudio Vagner Del Bel. De acordo com ele, o período em que mais ocorrem trotes é durante o ano letivo, das 7h30 às 8h30 e das 11h ao meio dia. Para identificar, o militar detalha que é feita uma triagem. “Observamos se a ligação é de orelhão, verificamos o endereço e também como está a voz de quem telefonou”, apontou. Segundo ele, geralmente quem aplica trote dá endereço errado, se apresenta calmo ou rindo.
Mas mesmo com a triagem, em muitos casos equipes são deslocadas e não encontram nenhuma emergência. No ano passado, por exemplo, o Corpo de Bombeiros dirigiu-se para Juara onde haveria uma vítima de afogamento. Mas não passava a ocorrência de um trote. “Foram chamados os soldados de folga, montada uma equipe extra, deslocada uma unidade e não havia nada”, explicou Pitágoras.
Segundo os bombeiros, quem mais aplica trotes são homens e crianças. “Mulheres são mais sensíveis, sabem do trabalho do Corpo de Bombeiros e dificilmente passam trote”, detalhou Del Bel.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, de Tangará da Serra, aponta o mesmo problema registrado por Sinop: das 7.086 chamadas recebidas em 2009, 3.901 eram trotes, o que equivale a 716 telefonemas a mais para brincadeiras do que para solicitar os serviços do Samu que contabilizou 3.185 atendimentos reais.