O sistema de emissão do Certificado de Identificação de Madeira – CIM- do Indea está causando prejuízos também para os caminhoneiros, além de centenas de indústrias madeireiras. No posto de identificação em Cuiabá, no distrito industrial, a fila é grande e haveria cerca de 100 caminhões parados em postos esperando a emissão do certificado ser retomada.
"Já basta a interdição feita pelos índios; em que perdi um dia, o que equivale a R$ 1 mil. Agora estou aqui no posto desde terça-feira à noite, e já perdi dois dias, num lugar que não tem água no banheiro e nem para beber, muito menos um banco decente para sentar diante de tanta espera", desabafou o motorista José Beumer, que saiu de Feliz Natal (Nortão) e pretende descarregar a madeira em Moganguá (SP).
A interrupção ocorreu porque a empresa de engenharia terceirizada que fornece o serviço bloqueou o atendimento devido a falta de pagamento por parte do governo estadual.
Os prestadores contratados pelo Cepromat, estão "in loco" para realizar as configurações necessárias para a implantação do novo sistema.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso – SINDICAM-MT, Roberto Pessoa Costa, também esteve no posto fiscal e se mostrou preocupado com a situação gerada a seu segmento, mas bastante compreensivo diante da situação por que passa os servidores do Indea, ao verificar "in loco" a estrutura física do local onde os servidores trabalham. "Nós entendemos a situação dos servidores do Indea-MT, pois estamos vendo a realidade estrutural do ambiente de trabalho. Por outro lado, os caminhoneiros estão pedindo não é nada mais do que o direito deles, e o governo ganha em cima do trabalho destes profissionais, por isso já estamos entrando com uma ação contra o estado pelos prejuízos gerado à nossa categoria", protestou o sindicalista.
"A situação aqui é crítica, os móveis estão deteriorados, o ar condicionado antigo não corresponde ao calor do ambiente, falta água no banheiro, pra beber e material de limpeza; e a mulher que faz este serviço está há três meses sem receber porque a terceirizada também não recebeu do governo, e nós também estamos sem receber a diária deste mês que ainda não saiu, enfim, o quadro é caótico", desabafou um servidor do Indea-
"É um absurdo o prejuízo que o governo está causando aos trabalhadores do transporte, e ainda vem a público, na imprensa, dizer que está tudo bem", protestou o presidente do Sinterp-MT, Gilmar Brunetto, que esteve no posto fiscal acompanhando a presidente do Sintap-MT, Diany Dias, os quais se dispuseram a comprar garrafões de água mineral para os servidores e os caminhoneiros.