O governador Silval Barbosa (PMDB) disse, hoje à noite, que o Estado irá punir exemplarmente quem estiver desmatando de maneira ilegal. Silval enfatizou que o Estado vem fazendo o “dever de casa” intensificando a fiscalização. “Estes dados divulgados nos preocupam, vamos intensificar a fiscalização e contamos com o apoio da classe produtora que trabalha dentro da legalidade. A política do governo do Estado é desmatamento zero”.
Para exemplificar as ações do Estado, Silval lembrou que de 2004 a 2010, o índice caiu 93%. De 700 mil hectares de área desmatada, a área caiu para 82 mil hectares no ano passado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2010 e abril de 2011, o desmatamento cresceu 43%. Em abril deste ano, em Mato Grosso, a área desmatada foi de 405,6 km quadrados. Silval destacou que, de posse dos dados divulgados, agentes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) irão fiscalizar as propriedades que praticaram as irregularidades.
“Quem derrubou de forma ilegal será punido na forma da lei, com multas e embargo das propriedades”, disse Silval. Juntamente com cerca de 500 fiscais do Ibama, 265 agentes ambientais da Sema estão em campo. Além de 12 caminhonetes da Sema que estão sendo utilizadas para os deslocamentos, helicópteros também serão usados nas operações.
O governador disse que a alta do preço das commodities pode ter alguma relação, mas ressaltou que existem hoje mecanismos que podem ser usados para aumentar a produção de grãos sem a necessidade de se abrir novas áreas. “A produção pode ser aumentada com a recuperação de áreas degradadas e de pastagens antigas”, observou.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Alexander Maia, disse que o governo vai continuar a ser rigoroso no combate a essa prática ilegal. “O governo do Estado vem desenvolvendo uma série de ações, de forma preventiva e repressiva com a finalidade de coibir o avanço da degradação e sancionar os infratores”.
Maia lembrou que Mato Grosso tem realizado ações de combate ao desmatamento e conservação da biodiversidade desde a década de 90, e, o desenvolvimento de ações voltadas ao controle do desmate tiveram reflexo na redução drástica dos números do desmatamento no estado de Mato Grosso, a partir de 2004 até o ano passado, segundo dados do PRODES/INPE.
Maia disse, ainda, que as discussões, em torno da votação do Código Florestal, podem ter influenciado. Segundo análises, inclusive feitas durante reunião realizada em Brasília na terça-feira (17) essas discussões podem ter influenciado a decisão do produtor rural de realizar desmatamentos ilegais. “A proposta do novo Código Florestal contém disposições que geraram muita expectativa na sociedade; como ocorre com a possibilidade de moratória do desmatamento na Amazônia Legal, o que tem feito com que produtores rurais realizem desmatamentos em grandes áreas, inclusive utilizando o conhecido “correntão”, onde grande volume de recursos naturais têm sido literalmente perdidos”.