A exemplo de anos anteriores, sete, dos dez municípios que mais desmataram no Estado, em abril, são da região Norte. Juntos, foram responsáveis por mais de 50% da área derrubada. União do Sul foi campeão, com 15,2 quilômetros quadrados desflorestados. Também estão na lista Marcelândia, Feliz Natal, Nova Santa Helena, Nova Ubiratã, Nova Canaã e Terra Nova do Norte.
Em todo o Mato Grosso, foram 65 mil quilômetros quadrados. De acordo com o SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), houve uma redução de 89% em comparação com abril de 2006. A projeção é que os índices continuem diminuindo. Desde agosto, já foram desmatados cerca de 2,2 mil quilômetros de matas no Estado. Se continuar nesse ritmo deve ficar abaixo de anos anteriores.
A redução do desmatamento em Mato Grosso pode estar relacionada a uma combinação de dois fatores, segundo o Instituto Amazon. Primeiro, a redução nos preços dos produtos agrícolas (especialmente, grãos e carne) e o efeito do câmbio, a valorização do real frente ao dólar, que está cotado a menos de R$ 2.
Em segundo, o maior esforço de monitoramento e fiscalização contra o desmatamento ilegal. Este ano, o Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – e a Sema – Secretaria do Estado de Meio Ambiente – já desencadearam várias operações para combater crimes ambientais, entre eles o desmatamento.
Oito dos dez municípios que mais desmataram nesse mês, como é o caso de União do Sul, estão situados ao redor do Parque Nacional do Xingu.Pelo sistema, constatou-se que todas as áreas derrubadas ficam em propriedades rurais. A maioria, cerca de 57%, ocorreu em locais ainda não cadastrados no SLAPR (Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais), o que é considerado ilegal.
Nos últimos dias, a Polícia Federal prendeu mais de 20 pessoas na região de Sinop, entre madeireiros, fazendeiros e índios, acusados de extrair madeira ilegal do parque. As investigações apontaram que mais de duas mil cargas teriam sido retiradas da área, com apoio dos índios, e revendidas.