Mais de 17,5 mil quilômetros quadrados do Cerrado mato-grossense foram desmatados entre os anos de 2002 e 2008. A área corresponde a 4,7% da extensão total do bioma no Estado, atualmente com 358.837 mil quilômetros quadrados. A confirmação é do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Em todo o país a devastação alcançou os 85 mil quilômetros quadrados, isto é, 49% da cobertura vegetal originada.
Ontem, em Brasília, o ministro Carlos Minc anunciou a criação de um plano de políticas públicas para conter a ação devastadora. O Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) será instituído por decreto presidencial e surge como um mecanismo para frear em 40% o desmatamento no cerrado até 2012.
De acordo com o ministério, os principais motivos da degradação são a pecuária, agricultura e produção de carvão vegetal oriundo de mata nativa e destinado à indústria siderúrgica. Vinte municípios com os maiores desmatamentos absolutos no período de 2002 a 2008 foram listados pelo governo federal.
Entre os que mais desmataram sete são de Mato Grosso sendo Paranatinga (1.054,07 quilômetros destruídos), Brasnorte (791,69 km), Nova Ubiratã (766,03 km), Sapezal (697,47 km), Nova Mutum (621 km), São José do Rio Claro (616,26 km), Santa Rita do Trivelato (514,50 km). A relação das cidades do Brasil onde registraram-se os maiores indices de destruíção foi divulgada pelo ministério e é formada também por representantes da Bahia, Maranhão, Piauí, Goiás e Minas Gerais.
“Pretendemos implantar monitoramento semelhante ao que ocorre na Amazônia, bem como o controle, fiscalização, repressão aos crimes ambientais, incentivos a atividades sustentáveis e criação de áreas protegidas na região”, afirmou o ministro Minc.
O Cerrado ocupa aproximadamente 24% do território brasileiro, possuindo uma área total de 2.036.448 km². Sua área nuclear abrange o Distrito Federal e dez estados: Goiás, Mato Grosso (40%), Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, somando aproximadamente 1.500 municípios. Ocorre ainda em encraves isolados em praticamente todos os estados, os mais expressivos são: Campos de Humaitá e Campos do Puciarí (Amazonas), Serra dos Pacaás Novos (Rondônia), Serra do Cachimbo (Pará) e Chapada Diamantina (Bahia).